Gordofobia e o culto ao corpo padrão
O desafio de amar o próprio corpo
Mulheres gordas relatam como driblaram a imposição social do corpo “perfeito” e descobriram o sentimento da aceitação
Gabriela Vinhal
Gordofobia existe, sim! A escritora norte-americana Naomi Wolf disse, em 1991, no livro O mito da beleza, que a fixação cultural da magreza feminina não é uma obsessão sobre a beleza das mulheres, mas, sim, uma obsessão com a obediência feminina à sociedade. A dieta, o culto ao corpo e a ditadura da magreza, segundo Wolf, tornaram-se preocupações das mulheres ocidentais desde os anos 1920. O Correio conversou com algumas mulheres que sofreram com a gordofobia – o preconceito ou a intolerância com pessoas gordas – no árduo caminho de se amar por completo. Aceitar o próprio corpo e, com isso, acolher outras mulheres fizeram delas mais fortes e unidas. Na luta pelo empoderamento do corpo feminino, a jornalista e youtuber Alexandra Gurgel, de 28 anos, afirma que é um desafio para a mulher amar o próprio corpo. Ela atribui à construção social gordofóbica que desqualifica a forma física, que não seja considerada “padrão”. Para a sociedade, segundo Alexandra, a gordura é automaticamente ligada à doença. “O IMC (índice de massa corporal) não vê genética ou classe social. Pessoas obesas podem, sim, estar saudáveis. É hipocrisia quem fala que está preocupado com a minha saúde. É a gordofobia sempre presente, o ódio ao gordo e, principalmente, ao gordo que se ama”, acrescenta. A porta de entrada para a autoaceitação foi o feminismo, ainda em 2015. Para a youtuber, combater o estereótipo do corpo gordo é desmistificar a ideia de que a pessoa é fracassada, que não deveria existir. Foi em seu maior peso que Alexandra se aceitou. E se amou. “Eu peguei a minha dor e a transformei na minha maior luta”, afirma. As lembranças da infância e da adolescência de Alexandra são de consultas em endocrinologistas e nutricionistas. Dieta da proteína, dieta do suco, dieta detox, vigilantes do peso, uso de laxantes, diuréticos e assim por diante. Ela testava, no próprio corpo, cada uma das novidades do mundo fitness.
Fonte: www.correiobraziliense.com.br Acesso em 14/01/2020.
Exemplo
A ideia de Belo já era empregada por Hegel na concepção de materialismo-empirismo, a qual baseava-se nas construções históricas, isto é, cada período humano exercia o belo idealizado. Sobre essa afirmação, é indispensável ressaltar que na formação social antepassada aquele que obtivesse gordura corporal era bem visto, pois alertava sinal de fartura, entretanto tal estereotipo não é mais agradável à sociedade. Assim, é necessário discutir sobre os aspectos patriarcais e ditatórios do corpo padronizado. Em princípio, recorre-se à obra de Naomi Wolf em “O mito da beleza”, refere-se a fixação cultural da magreza não sendo uma opção sobre a beleza mas sim uma obediência à sociedade. Diante do supracitado, quando há um desvio da cultura patriarcal perante a entre “obrigação” do corpo estereotipado, reflete à ótica negativa de que sem esse processo não há chance de arranjar um companheiro, assim devido ao descuido associado à preguiça perante o culto a boa forma física. Por conseguiste, Vale pontuar a ditadura da magreza como ponto primordial, porquanto a um receio de obter gordura e submeter-se à dietas ou procedimentos controversos – Lipofobia. É fato que, nunca se deve negar que ser magro não é ser imune aos comentários alheios, mas possui diversos privilégios, o qual pessoas gordas não têm, isto é: preconceito e problemas na ingressão do mercado laboral, pois o maior peso é carregar o julgamento e inaceitação de outros em um mesmo ambiente. Em síntese, é dever de agentes midiáticos ajudar a combater com os julgamentos gordofóbicos, por meio de inserir os diferentes tipos de forma física tanto nas telas virtuais quanto no mundo moderno. Essa proposta tem como finalidade, desmistificar a ideia de que o peso elevado é ligado a desleixo e doença e, caso aprovada irá desconstruir a estrutura antepasada e patriarcal como visto na obrigação da Beleza ideal por Naomi Wolf.