Além disso, a crise climática está cada vez mais presente no nosso dia a dia, com enchentes, queimadas e desastres naturais frequentes. Dessa forma, a incerteza sobre o futuro gera um novo fenômeno psicológico: a ecoansiedade. Portanto, é essencial discutir os impactos emocionais das mudanças climáticas e buscar estratégias para lidar com essa angústia
Esse termo, reconhecido pela Associação Americana de Psicologia, define o medo crônico da catástrofe ambiental e afeta principalmente crianças e adolescentes, que veem a destruição do meio ambiente sem poderem fazer muito para mudar essa realidade.
Seja no Enem ou em vestibulares, a ecoansiedade se conecta a diversas discussões sobre meio ambiente, saúde mental e responsabilidade social. Além disso, esse tema reflete preocupações globais e pode ser abordado em diferentes perspectivas. Dessa forma, neste post, você vai entender esse conceito, como ele impacta a sociedade e como utilizá-lo como repertório sociocultural na redação. Portanto, é fundamental estar atento a esse debate para construir argumentos bem embasados.
Proposta de Redação sobre Ecoansiedade
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O impacto das mudanças climáticas na saúde mental dos jovens”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Instruções para redação
- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
- O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
- A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
- Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”;
- 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
- 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
- 4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
Texto 1 – O que é a ecoansiedade?
A ecoansiedade surgiu como um fenômeno psicológico relacionado ao impacto emocional das mudanças climáticas. O termo ganhou visibilidade nos últimos anos, à medida que desastres ambientais se tornaram mais frequentes.
De acordo com a Associação Americana de Psicologia, a ecoansiedade se manifesta como um medo constante da degradação ambiental, levando a sintomas como insônia, crises de ansiedade e sensação de impotência.
Pesquisadores da Universidade de Yale realizaram um estudo com 50 jovens brasileiros entre 6 e 18 anos, em diferentes cidades do país, e identificaram sentimentos de medo, pânico e angústia diante da crise climática.
Para o psicoterapeuta Marco Aurélio Biblio, esse medo não deve ser tratado como um transtorno mental isolado, mas sim como uma resposta emocional legítima ao colapso ambiental em curso.
Fonte: BBC News Brasil
Texto 2 – O impacto dos desastres ambientais na saúde mental

As consequências das mudanças climáticas não afetam apenas o meio ambiente, mas também a saúde mental da população. Desastres como enchentes, queimadas e secas extremas deixam marcas profundas, aumentando os índices de ansiedade e depressão.
O Senado Federal divulgou um levantamento mostrando que 25% a 50% das pessoas expostas a catástrofes ambientais desenvolvem transtornos psicológicos.
A psicóloga Ellen Oliveira explica que a sensação de impotência diante da destruição ambiental contribui para sintomas como insônia, estresse e, em casos mais graves, depressão.
Segundo especialistas, para amenizar os impactos da ecoansiedade, é essencial incentivar ações individuais e coletivas que promovam a sustentabilidade e o ativismo ambiental.
Fonte: Senado Federal
Texto 3 – Jovens e a ecoansiedade: um problema crescente
Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que 57% dos jovens entre 16 e 24 anos se preocupam com os impactos das mudanças climáticas.
Apesar dessa preocupação, apenas 16% dos entrevistados participam ativamente de iniciativas ambientais, o que demonstra a necessidade de incentivar mais ações voltadas para o meio ambiente.
A psicoterapeuta Ellen Oliveira destaca que o sentimento de impotência diante da crise climática pode resultar em estresse, distúrbios do sono e sensação de culpa.
No Brasil, os maiores desafios enfrentados pela juventude em relação à crise ambiental são:
- Mudanças nas temporadas secas e chuvosas (81% dos entrevistados).
- Poluição do ar (77%).
- Calor e frio extremos (83%).
Para combater esse cenário, especialistas recomendam práticas de autocuidado, engajamento em ações ambientais e maior pressão por políticas governamentais eficazes.
Fonte: Edição do Brasil
Texto 4 – Como as mudanças climáticas impactam a saúde mental?
O impacto ambiental não é algo novo, mas os efeitos psicológicos da degradação ambiental só recentemente começaram a ser amplamente discutidos. Durante a COP29, pesquisadores alertaram que o aumento da ecoansiedade pode se tornar um problema de saúde pública nas próximas décadas.
A psicóloga Jaqueline Assis, pesquisadora da Fiocruz, explica que as mudanças climáticas alteram completamente o modo de vida das populações mais vulneráveis, como os povos indígenas e comunidades rurais.
A especialista destaca que, além da preocupação individual, a ecoansiedade também gera impactos econômicos e sociais, aumentando desigualdades e intensificando conflitos sobre o uso de recursos naturais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que futuras pandemias podem estar diretamente ligadas às mudanças climáticas, o que reforça a urgência de políticas ambientais eficazes.
Fonte: Fiocruz
Repertórios socioculturais para usar na redação sobre ecoansiedade
A ecoansiedade é um tema interdisciplinar, podendo ser abordado na redação do Enem sob diferentes perspectivas. Aqui estão alguns repertórios socioculturais que podem enriquecer sua argumentação:
1. Obras literárias e filosóficas
- “Primavera Silenciosa” – Rachel Carson → livro pioneiro sobre os impactos da ação humana na natureza. Além disso, a obra foi fundamental para despertar a consciência ambiental e impulsionar a criação de políticas de preservação. Dessa forma, Carson contribuiu significativamente para o movimento ecológico moderno. Portanto, seu legado continua relevante nas discussões sobre sustentabilidade e conservação do meio ambiente.
- “A Gaia Ciência” – Nietzsche → debate sobre a responsabilidade humana em relação ao planeta. Além disso, a obra questiona os valores da sociedade e como eles influenciam nossa relação com a natureza. Dessa forma, Nietzsche antecipa reflexões sobre a ética ambiental e o impacto das ações humanas no mundo. Portanto, sua filosofia continua relevante para discussões sobre sustentabilidade e responsabilidade ecológica.
- “O Mundo de Sofia” – Jostein Gaarder → introduz questões filosóficas sobre o meio ambiente e a vida. Além disso, a obra apresenta reflexões sobre a relação entre humanidade e natureza, estimulando o pensamento crítico. Dessa forma, o livro ajuda a compreender a responsabilidade do ser humano na preservação ambiental. Portanto, sua abordagem filosófica contribui para debates sobre sustentabilidade e ética ecológica.
2. Filmes e documentários
- “Uma Verdade Inconveniente” (2006) → documentário sobre os impactos do aquecimento global. Além disso, a obra alerta para a necessidade de ações urgentes para conter as mudanças climáticas.
- “Não Olhe Para Cima” (2021) → filme satírico que critica a negligência humana diante de crises globais. Dessa forma, a produção evidencia como a desinformação e a falta de responsabilidade agravam problemas ambientais e sociais.
- “O Dilema das Redes” (2020) → discute como as redes sociais influenciam a percepção sobre a crise climática. Portanto, o documentário ressalta o papel da tecnologia na disseminação de informações e na mobilização para a sustentabilidade.
3. Fatos históricos e legislações ambientais
- Claro! Aqui está o texto com palavras de transição:
- Acordo de Paris (2015) → marco global para redução das emissões de carbono. Além disso, estabelece compromissos internacionais para limitar o aquecimento global.
- Constituição Federal Brasileira – Artigo 225 → determina o direito ao meio ambiente equilibrado. Dessa forma, garante a proteção ambiental como um direito fundamental para as presentes e futuras gerações.
- COP29 (2024) → conferência internacional para debater políticas ambientais. Portanto, será uma oportunidade crucial para discutir ações globais no enfrentamento das mudanças climáticas e a implementação de soluções sustentáveis.
Argumentação estruturada para a redação
Agora, veja como desenvolver argumentos sólidos sobre a ecoansiedade na redação:
1. Falta de políticas públicas ambientais
- Causa: Governos ineficientes e falta de leis ambientais rígidas.
- Consequência: Aumento da degradação ambiental e do impacto psicológico na população.
- Possível solução: Implementação de políticas mais rigorosas e incentivos para práticas sustentáveis.
- Repertório: Acordo de Paris (2015) e Artigo 225 da Constituição Brasileira.
2. Negação coletiva e desinformação ambiental
- Causa: Falta de educação ambiental e influência da mídia.
- Consequência: População despreparada e sem consciência dos riscos climáticos.
- Possível solução: Investimento em educação ambiental desde o ensino básico.
- Repertório: Filme “Não Olhe Para Cima” (2021) e documentário “Uma Verdade Inconveniente” (2006).]
Conclusão
A ecoansiedade reflete a preocupação legítima de jovens e cientistas com o futuro do planeta. Além disso, seu impacto vai além das emoções individuais, influenciando políticas públicas, impulsionando movimentos sociais e até orientando decisões econômicas. Dessa forma, esse fenômeno não deve ser subestimado, pois reflete uma mudança na percepção coletiva sobre a crise ambiental. Portanto, é essencial que governos, empresas e a sociedade busquem soluções sustentáveis para minimizar os efeitos dessa preocupação crescente.
Se você deseja praticar sua redação e aplicar esse repertório na argumentação, envie seu texto para correção na nossa plataforma e receba um feedback completo.