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Estruturas prontas e decoradas podem ser prejudiciais na redação?

Sabia que nem sempre usar estruturas prontas e decoradas garante uma boa nota na prova de redação? Conheça como usar esses artifícios sem ser prejudicado(a) na avaliação.

Basta uma breve busca nas redes sociais e no Youtube para encontrar uma série de perfis e canais dando dicas de frases e até mesmo desenvolvimentos inteiros prontos “para usar em qualquer redação”. Mas será que esse tipo de artifício garante mesmo uma boa nota no ENEM? E nos vestibulares, isso pode ser usado? Vamos refletir sobre isso. Primeiramente, é preciso pensar em algumas questões éticas. Você sabe o que é plágio?

A redação é o único momento da prova em que o participante tem a possibilidade de se posicionar diante de um tema e mostrar a sua personalidade. Quando boa parte dos estudantes utiliza a mesma estrutura até a linha 21 para todo e qualquer tema, e quando não foram eles quem produziram esses trechos, isso configura-se como plágio. No entanto, nos editais, geralmente, a única proibição é relativa à “cópia dos textos motivadores”. Porém, mesmo que não tenha sua prova zerada, muito dificilmente alguém conseguirá passar de uma nota mediana no ENEM (680 a 720) usando estruturas prontas e decoradas. Já no caso dos vestibulares, a situação pode ser bem diferente…

Critérios de avaliação

Frequentemente, estudantes que prestam ENEM e vestibular estudam e treinam tanto a redação nos moldes do exame nacional que acabam levando esse modelo também para os vestibulares dos quais participam. Porém, ao contrário do ENEM, que tem 5,7 milhões de pessoas inscritas em todo o Brasil em 2020, nos vestibulares das federais esse número é bem menor. Assim, para você ter uma ideia, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2019, havia pouco mais de 25 mil inscritos. O processo de correções, além de contar com um menor número de provas, também conta com um número menor de avaliadores, em geral professores das próprias universidades, sendo mais fácil identificar redações “gêmeas”.

Portanto, além de correr o risco de ver seu texto configurado como plágio, você pode perder muitos pontos na redação. Isso porque nas universidades os critérios são diferentes do ENEM. Além de identificar as questões de gramática, estrutura no gênero textual e atendimento ao tema, é feita uma avaliação holística (ou seja, a redação precisa fazer sentido como um todo, e não em “partes”, como no exame nacional). Desse modo, é preciso fazer uso de elementos que:

  • tenham relação estrita com o tema proposto;
  • estejam articulados ao projeto de texto de forma coesa e coerente;
  • apresentem soluções condizentes com o que foi apresentado ao longo do texto.

Agora, vamos ver o que consta na matriz de referência do Inep com relação à avaliação da competência 2, que requer do participante:

Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

Ou seja, além de conhecer a estrutura do gênero, é necessário conseguir aplicar conhecimentos diversificados para o desenvolvimento do texto. Quando o estudante não zera a redação por fuga do tema, ela é avaliada em um dos níveis abaixo. Preste atenção nos descritores e tente localizar em que nível “estruturas prontas e decoradas” entrariam.

Se você escolheu o nível 3, acertou. Embora 120 pontos não seja necessariamente “ruim”, um estudante que almeja uma nota maior precisa elaborar bem mais o seu texto e fugir do que é “pronto” e “fácil”. Pode ser uma zona de segurança repetir sempre a mesma estrutura “para qualquer tema”, mas a chance de você acabar sendo “previsível” é muito alta. Em alguns casos, a nota pode ficar ainda nos níveis 2 e 1, dependendo das escolhas realizadas e do tema proposto. Portanto, é um mito que citar vários pensadores no seu texto ou épocas históricas fará a sua nota ser alta. Isso ocorre porque não basta encher de referências se elas não se relacionam entre si. Alguns participantes “forçam uma barra” com determinadas citações (Bauman, Kant e Durkheim não nos deixam mentir…) que simplesmente não têm nada a ver com certas propostas. É necessário ter muito bom senso!

No nível 3, a grade específica aponta que devem ficar os textos que apresentam:

• Repertório baseado nos textos motivadores E/OU
• Repertório não legitimado E/OU
• Repertório legitimado, MAS não pertinente ao tema

Repertório não legitimado é quando o participante apresenta dados sem informar a fonte; já o repertório legitimado é quando ele cita alguma fonte, no entanto ela não têm relação direta com o tema. Dizemos que é como uma “frase solta”, perdida na argumentação. Isso prejudica no ENEM e ainda mais nos vestibulares, que possuem uma avaliação diferente – e quase sempre mais rigorosa.

Utilizar estruturas prontas também pode impedir que você chegue ao nível 5, pois existe uma questão ligada ao USO PRODUTIVO das referências no texto. No nível 4 ficam aquelas redações que, mesmo apresentando repertório legitimado, não fizeram um uso produtivo dele. Isso exemplifica que apenas colocar as fontes e os dados não irá garantir a sua nota 1000. Embora essa “receita” seja largamente propagandeada por aí, é imprescindível que tais elementos estejam coerentemente articulados no texto. Além disso, estimular a famosa “decoreba” em vez da reflexão crítica sobre os fatos do mundo é uma postura antipedagógica.

Então eu devo esquecer tudo que já decorei para fazer uma boa redação?

Calma lá! Não é isso que estamos afirmando aqui. Você pode continuar fazendo uso de algumas referências que já tem como cartas na manga. É evidente que o estudante precisa ter algumas formas “modelo” nas quais se basear, mas isso não significa fazer exatamente igual. O uso das referências só será produtivo se mostrar O SEU PONTO DE VISTA de forma clara. VOCÊ É ÚNICO, portanto a sua redação também precisa ser. Coloque-se no lugar de um corretor por um instante e pense: o que chama mais a atenção, um texto igual a mais 500 textos ou uma redação bem articulada, escrita com propriedade, em que se consegue “ver” o participante por meio do que escreveu? A resposta parece bem óbvia, né?

Mas, caso você ainda não tenha segurança de “se mostrar” totalmente, lembre-se dessas dicas:

  • ao deparar-se com um tema de redação, separe as referências que conhece e que tenham ESTRITA relação com ele para serem usadas;
  • na ausência de referências sobre determinado assunto, você pode fazer uso de informações dos textos motivadores, DESDE QUE NÃO FAÇA CÓPIA. Procure se inspirar neles e buscar na memória alguma livro, filme, série, música que possa relacionar de forma autoral à discussão;
  • pesquise autores e filósofos mais atuais. Se você quiser realmente se destacar, use um repertório que poucos têm. Fuja da repetição, do lugar-comum e crie uma tendência;
  • escolha 5 “estruturas prontas e decoradas” que você conhece e usa sempre e procure estudar o CONTEXTO em que ela foi produzida. Alguns participantes usam a frase solta sem saber o que tem por trás de sua existência. Isso está longe de demonstrar repertório sociocultural produtivo, muito pelo contrário. Pode ser um tiro no pé. Ninguém quer ver você falando de “banalidade do mal” em uma redação sobre pressão estética, por exemplo.
  • procure referências em pensadores brasileiros. Como as propostas de redação em geral versam sobre problemáticas existentes atualmente no Brasil, faz muito mais sentido você relacionar com pessoas daqui a sua argumentação do que com autores e filósofos europeus de outros séculos, que não conhecem a nossa realidade como nós. Certamente isso vai elevar sua redação a outro patamar!

Então, o segredo no uso de “estruturas-curinga” (sim, se escreve com “u”) é não deixar de lado o pensamento crítico. Conheça em profundidade um amplo repertório e utilize-o de forma consciente e coerente. Como você tem feito as suas redações? Siga treinando e aperfeiçoe ao máximo a sua escrita. A nota 1000 é possível, basta você se empenhar!

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