A falta de cidadania e inclusão digital é um desafio significativo no Brasil, em que 36 milhões de pessoas ainda não têm acesso à internet, especialmente entre as populações de baixa renda e áreas rurais . Esse problema reflete desigualdades socioeconômicas que limitam o exercício pleno da cidadania, impedindo o acesso a serviços e oportunidades essenciais para a vida moderna. Nesta redação, serão discutidos os principais obstáculos e possíveis soluções para garantir a inclusão digital no país.
Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Cidadania e inclusão digital: obstáculos para a democratização do acesso à internet no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Instruções para redação
- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
- O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
- A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
- Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”;
- 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
- 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
- 4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
Textos motivadores para o tema de redação sobre Cidadania e inclusão digital
Texto 1: Senado aprova PEC que inclui a inclusão digital entre os direitos fundamentais
O Senado Federal aprovou a PEC 47/2021, que inclui a inclusão digital como um direito fundamental na Constituição Brasileira. A proposta, de autoria da senadora Simone Tebet, destaca a necessidade de garantir o acesso à internet a todos os brasileiros, principalmente aqueles de regiões carentes e áreas rurais. O relator, senador Fabiano Contarato, reforçou que a digitalização é essencial para a dignidade humana e para a inclusão plena no exercício da cidadania. Essa medida visa reduzir a desigualdade digital, proporcionando a todos os cidadãos brasileiros o direito à conectividade e à análise crítica da informação disponível na rede. Um estudo da TIC Domicílios apontou que 17% dos lares brasileiros ainda não têm acesso à internet, especialmente em áreas rurais e entre pessoas das classes D e E, reforçando a importância dessa proposta.
Além disso, a inclusão digital foi reconhecida como um fator crucial para garantir a dignidade humana, permitindo que os cidadãos brasileiros participem ativamente da sociedade contemporânea. A aprovação dessa emenda é um marco importante, sinalizando que o acesso à tecnologia e à internet não é mais um privilégio, mas sim um direito.
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Texto 2: Cidadania digital: Conceito e elementos essenciais
A cidadania digital é um conceito emergente que vai além do simples acesso à internet. Nunes e Lehfeld (2018) explicam que a cidadania digital envolve o uso responsável dos espaços tecnológicos, abarcando diversos elementos, como alfabetização digital, comunicação, legislação, segurança online, entre outros. A inclusão digital não significa apenas acessar a internet, mas sim desenvolver competências e habilidades para utilizar as tecnologias de maneira eficiente e segura, garantindo que todos possam exercer sua cidadania de forma plena. No Brasil, o acesso à internet aumentou significativamente, chegando a 84% da população em 2023, segundo a TIC Domicílios. No entanto, ainda existem desafios, como a exclusão digital nas regiões rurais e a falta de infraestrutura adequada em áreas de baixa renda.
Essa desigualdade digital também se reflete no uso de dispositivos. Segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros acessam a internet apenas por celulares, o que limita o uso pleno das ferramentas digitais para educação e trabalho. As legislações como a Lei Carolina Dieckmann e o Marco Civil da Internet são marcos importantes para garantir a segurança e a privacidade dos usuários na rede, protegendo-os contra crimes cibernéticos e abusos.
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Texto 3: Desconectados: 36 milhões de brasileiros sem internet refletem a desigualdade
A desigualdade digital no Brasil afeta fortemente diversos grupos vulneráveis. Segundo a pesquisa TIC Domicílios de 2022, 36 milhões de pessoas ainda não têm acesso à internet no Brasil, sendo a maioria formada por negros, idosos e pessoas das classes D e E. Além disso, a região Sudeste concentra o maior número de pessoas sem acesso (42%), seguida pelo Nordeste (28%). Esses dados revelam uma forte correlação entre exclusão digital e exclusão social, uma vez que a falta de acesso à internet impede o exercício pleno da cidadania, além de dificultar o acesso a serviços básicos, como saúde, educação e benefícios sociais.
Outro dado alarmante é que 62% dos usuários de internet no Brasil acessam a rede exclusivamente por meio de celulares, o que limita o uso pleno da internet para atividades mais complexas, como estudos e trabalho. Rodolfo Adelino, do Coletivo Digital, ressalta que a inclusão digital é um direito humano, e que a exclusão digital não só reflete, mas também aprofunda a desigualdade socioeconômica no Brasil.
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Texto 4: Acesso digital e cidadania: Desafios e avanços
A cidadania digital não se refere apenas ao acesso à internet, mas ao pleno uso das tecnologias digitais para o exercício dos direitos e deveres na sociedade. Um dos maiores desafios no Brasil é garantir que todos os cidadãos tenham acesso à internet de qualidade, especialmente nas regiões mais afastadas e nas comunidades de baixa renda. A exclusão digital contribui para o agravamento das desigualdades sociais, dificultando o acesso a serviços públicos, como a saúde e a educação, que cada vez mais dependem do uso da internet.
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Repertórios para o tema sobre Cidadania e inclusão digital
Séries:
- Black Mirror (Episódio “Nosedive”)
Este episódio aborda uma sociedade onde as interações sociais e o status pessoal são controlados por um sistema de avaliação digital.
Explora como a desigualdade digital pode limitar o exercício da cidadania e a formação de uma opinião crítica, essencial no mundo digital.
- O Dilema das Redes
Documentário que discute os impactos das redes sociais no comportamento humano, explorando questões éticas sobre o uso de dados e a manipulação digital. A série reflete sobre o impacto da falta de inclusão digital consciente e como isso pode agravar problemas sociais, como desinformação e manipulação.
Filmes:
- O Show de Truman
Truman Burbank vive em um mundo fictício, sem saber que sua vida é manipulada por uma emissora de televisão. O filme simboliza como a falta de autonomia e conhecimento sobre o ambiente digital pode transformar a cidadania em uma questão de controle e manipulação externa.
- The Social Network
Relata a criação do Facebook e o impacto das redes sociais no comportamento e nas relações humanas. Ilustra como a exclusão digital ou o acesso desigual à internet pode influenciar o exercício da cidadania e o poder de voz na era digital.
Fatos históricos:
- Marco Civil da Internet (2014)
Lei que estabelece direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.
Reflete a necessidade de garantir um uso democrático e equitativo da internet, protegendo a privacidade e promovendo a inclusão digital.
- Plano Nacional de Banda Larga (2010)
Política pública brasileira destinada a expandir o acesso à internet de alta velocidade no país.
Representa uma tentativa de reduzir a desigualdade digital, embora com resultados limitados em áreas rurais e regiões mais pobres.
Legislações:
- Constituição Federal de 1988, Art. 5º
Garante direitos fundamentais de acesso à informação e igualdade de oportunidades.
A inclusão digital está diretamente ligada ao exercício pleno desses direitos, sendo essencial para a cidadania no contexto moderno.
- Agenda 2030, Objetivo 9
Promover infraestrutura resiliente e fomentar a inovação, visando reduzir desigualdades digitais.
A inclusão digital é um dos pilares para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, garantindo acesso equitativo à tecnologia.
Argumentos para abordar o tema sobre Cidadania e inclusão digital
Argumento 1: negligência governamental
- Causa: falta de políticas públicas adequadas para a democratização do acesso à internet.
- Consequência: desigualdade digital e exclusão de populações vulneráveis, agravando disparidades socioeconômicas.
- Possível solução: criação de políticas governamentais focadas na expansão da infraestrutura digital e subsídios para acesso a dispositivos.
- Repertório Filosófico: Pierre Bourdieu – o capital social e cultural como ferramenta de inclusão e mobilidade social, evidenciando a necessidade de acesso às tecnologias para promover cidadania.
Argumento 2: desigualdade econômica
- Causa: disparidades de renda que impedem o acesso a dispositivos e serviços de internet de qualidade.
- Consequência: exclusão de comunidades vulneráveis dos benefícios da conectividade digital.
- Possível solução: ampliação de subsídios e parcerias público-privadas para baratear o acesso à tecnologia.
- Repertório Filosófico: Amartya Sen – a ideia de desenvolvimento como liberdade, que inclui a liberdade digital como meio para alcançar bem-estar social e econômico.
Por fim, garantir o acesso à inclusão digital no Brasil é um passo fundamental para o exercício pleno da cidadania. As barreiras discutidas, como a negligência governamental e a desigualdade econômica, evidenciam a necessidade de políticas públicas mais inclusivas. Com base nos repertórios apresentados, é possível construir uma visão crítica sobre os obstáculos e soluções para democratizar o acesso à internet.
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