E aí, RedaAluno, você está preparado para um tema que pode ser a chave da sua redação? O Projeto de Lei 2.343/2024, que propõe a proibição de açúcares em alimentos infantis, levanta uma discussão importante sobre a saúde pública e o cuidado com a alimentação das crianças. Esse tema, que já está em debate no Senado, pode cair na sua redação!
Afinal, os impactos do consumo precoce de açúcar vão muito além dos hábitos alimentares, afetando diretamente a saúde e o desenvolvimento infantil. No post de hoje, vamos explorar os desafios na implementação de políticas públicas que buscam proteger os pequenos e como você pode usar isso a seu favor na sua redação. Confira os textos motivadores, repertórios e argumentos essenciais para arrasar no tema!
Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Obstáculos para a implementação de políticas públicas que diminuam a adição de açúcares em alimentos infantis no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Instruções para redação
- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
- O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
- A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
- Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”;
- 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
- 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
- 4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
Textos motivadores sobre adição de açúcares em alimentos infantis
Texto I: Projeto proíbe adição de açúcares em alimentos para crianças de até 2 anos
O Projeto de Lei 2.343/2024, apresentado pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC), está atualmente em análise na Comissão de Direitos Humanos (CDH). O projeto tem como objetivo proibir a adição de qualquer quantidade de açúcar em alimentos destinados a crianças de até dois anos de idade.
A justificativa para essa medida é baseada em orientações do Ministério da Saúde, que já recomenda às famílias que não ofereçam alimentos açucarados ou adoçados para lactentes, ressaltando os prejuízos que o consumo precoce de açúcar pode trazer à saúde infantil.
Estudos indicam que a ingestão de açúcares nos primeiros anos de vida está relacionada ao desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta, como diabetes e obesidade.
O senador reforça que a criação de uma legislação específica sobre o tema é fundamental para proteger as crianças e garantir que cresçam saudáveis.
A medida também visa prevenir que as famílias, muitas vezes influenciadas pela publicidade de alimentos industrializados, ofereçam produtos com altos níveis de açúcar a crianças pequenas.
O projeto busca alinhar o Brasil a tendências globais, já adotadas por outros países que restringem o consumo de açúcar na alimentação infantil, para garantir o bem-estar das futuras gerações.
Fonte adaptada: https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2024/06/projeto-proibe-adicao-de-acucares-em-alimentos-para-criancas-de-ate-2-anos
Texto II: Consequências do consumo de açúcar em crianças
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de açúcares livres na dieta de crianças com mais de dois anos não ultrapasse 10% do valor energético total diário. Isso significa que, em uma dieta de 1.000 calorias, o máximo de açúcar puro a ser ingerido não deve exceder 10 gramas.
No entanto, grande parte dos alimentos industrializados voltados para o público infantil contém níveis muito elevados de açúcar, o que pode interferir diretamente na formação de hábitos alimentares saudáveis.
Alimentos açucarados são altamente palatáveis e tendem a criar uma preferência alimentar que prioriza produtos com alta densidade calórica e pouco valor nutricional.
Além de influenciar os hábitos alimentares na infância, o consumo excessivo de açúcar está associado a um aumento no risco de doenças crônicas, como diabetes e obesidade, já nas primeiras fases da vida.
Crianças que consomem grandes quantidades de açúcar também podem apresentar alterações comportamentais, como hiperatividade, devido ao impacto do açúcar no sistema neurológico.
Fonte adaptada: https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/nutricao/assustador-veja-quanto-acucar-ha-em-alimentos-voltados-para-criancas
Texto III: Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos – Ministério da Saúde
Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos
Uma publicação do Ministério da Saúde, estabelece diretrizes para uma alimentação saudável desde os primeiros meses de vida.
A recomendação central do guia é que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade e que, após esse período, sejam introduzidos alimentos in natura ou minimamente processados, além da continuidade do aleitamento materno.
O guia destaca que, nos primeiros dois anos de vida, a alimentação infantil não deve incluir açúcares de nenhum tipo, como açúcar branco, mascavo, melado, ou adoçantes artificiais, além de evitar alimentos processados que contenham açúcar em sua composição, como bolos, biscoitos e geléias.
Estudos apontam que o consumo de açúcar nos primeiros anos de vida pode moldar o paladar das crianças, levando-as a desenvolver uma preferência por alimentos altamente calóricos e doces, o que dificulta a aceitação de alimentos saudáveis e menos açucarados, como vegetais e legumes.
Além disso, o consumo precoce de açúcar está diretamente relacionado ao aumento do risco de cáries, ganho de peso excessivo e surgimento de doenças crônicas, como diabetes e problemas cardíacos.
A nutricionista Inês Rugani, professora associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), alerta que crianças pequenas estão cada vez mais apresentando doenças que antes eram comuns apenas na fase adulta, resultado direto de hábitos alimentares inadequados.
Repertórios socioculturais para o tema sobre adição de açúcares em alimentos infantis no Brasil
Filmes:
- A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971)
O clássico filme apresenta uma forte crítica ao consumismo e à alimentação excessivamente açucarada, simbolizando os efeitos negativos do consumo desenfreado de doces, especialmente por crianças. Pode ser utilizado para discutir a influência da indústria alimentícia e os desafios na regulamentação de alimentos voltados para o público infantil.
- Fed Up: O Vírus do Açúcar (2014)
Este documentário explora a relação entre o consumo excessivo de açúcar e a epidemia de obesidade infantil, além dos obstáculos políticos e econômicos para reduzir o consumo de açúcares nos alimentos processados. Ele traz à tona o poder da indústria alimentícia e o papel das políticas públicas no combate à má alimentação.
3. Tá Chovendo Hambúrguer (2009)
A animação mostra uma cidade onde alimentos processados caem do céu, refletindo sobre os perigos da superdependência de alimentos industrializados.
Séries:
- Rotten (2018) – Temporada 2, episódio “King Sugar”
A série aborda a indústria global do açúcar e as controvérsias em torno do impacto desse ingrediente na saúde das pessoas. O episódio destaca como o açúcar está profundamente enraizado na alimentação moderna e o papel de governos e empresas no seu consumo.
- The Kids Menu (2016)
Série documental que explora os desafios e soluções para a alimentação saudável de crianças. Mostra como educadores, famílias e políticas públicas podem influenciar diretamente os hábitos alimentares desde a infância, abordando o papel do governo na regulação da alimentação.
Livros:
- “Comer para não Morrer” – Dr. Michael Greger
O livro oferece uma análise científica sobre os impactos dos alimentos ultraprocessados e açucarados na saúde, alertando sobre como o açúcar pode causar doenças crônicas. Ele fornece argumentos que sustentam a importância de políticas públicas para combater o consumo excessivo de açúcar, especialmente entre as crianças.
- “O Dilema do Onívoro” – Michael Pollan
Esta obra explora as escolhas alimentares e o impacto da indústria de alimentos processados na saúde pública. Pollan critica o consumo de açúcar e defende a necessidade de intervenções governamentais para regular a alimentação e promover hábitos saudáveis.
Obras literárias:
- “1984” – George Orwell
A distopia de Orwell pode ser usada para discutir a manipulação de informações pela mídia e o controle social, que pode ser comparado à manipulação pela indústria alimentícia ao promover o consumo de alimentos ricos em açúcar, ignorando seus impactos na saúde infantil.
- “Admirável Mundo Novo” – Aldous Huxley
A obra explora uma sociedade controlada por prazeres superficiais e imediatos, como o consumo excessivo. O livro pode ser utilizado para discutir a dependência do açúcar e como ele pode ser usado como uma forma de controle, especialmente entre as crianças, com a ausência de regulamentação.
Legislações:
- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
O ECA garante o direito à saúde e à alimentação adequada para todas as crianças e adolescentes. A implementação de políticas públicas que visem a redução do consumo de açúcares em alimentos infantis pode ser justificada pela necessidade de proteger esses direitos fundamentais.
- Constituição Federal de 1988 – Artigo 227
A Constituição estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à saúde e à alimentação. Isso fundamenta a criação de políticas públicas que limitem a adição de açúcares em alimentos voltados para crianças pequenas.
- Agenda 2030 – Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3
O ODS 3 visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. A redução do consumo de açúcar em alimentos infantis contribui para alcançar essa meta, prevenindo doenças crônicas na vida adulta.
Fatos históricos:
- Revolução Industrial e o aumento do consumo de açúcar
A Revolução Industrial no século XIX popularizou o consumo de açúcar, especialmente entre as crianças, com a produção em massa de doces e alimentos processados.
- Criação do Guia Alimentar para a População Brasileira (2014)
Em 2014, o Ministério da Saúde lançou o Guia Alimentar para a População Brasileira, que orienta a redução do consumo de alimentos ultraprocessados, incluindo aqueles ricos em açúcares, em todas as fases da vida. Esse marco histórico é relevante para mostrar as tentativas do governo brasileiro de promover uma alimentação mais saudável, especialmente entre crianças.
Argumentos para abordar o tema açúcares em alimentos infantis
Argumento 1: omissão familiar
Causa:
A falta de controle e orientação por parte das famílias, seja por desconhecimento ou falta de tempo, leva ao consumo excessivo de alimentos industrializados ricos em açúcar.
Consequência:
A omissão familiar na alimentação infantil pode causar o desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares, além de afetar o comportamento das crianças, resultando em hiperatividade e dificuldade de concentração.
Solução:
A educação nutricional dos pais e responsáveis é fundamental. Campanhas de conscientização, oferecidas pelo governo ou por instituições de saúde, podem ensinar os pais a identificar alimentos saudáveis e a reduzir o consumo de produtos ultraprocessados.
Pensador:
Pierre Bourdieu – em sua obra, Bourdieu discute como as práticas culturais, incluindo as alimentares, são reproduzidas no ambiente familiar.
Argumento 2: Manipulação Midiática
Causa:
A publicidade voltada para o público infantil utiliza táticas apelativas, como cores vibrantes, personagens e jingles, para atrair a atenção das crianças e promover alimentos ultraprocessados e ricos em açúcar.
Consequência:
A influência da mídia sobre a alimentação infantil contribui diretamente para o aumento do consumo de alimentos açucarados, prejudicando o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.
Solução:
Uma regulamentação mais rígida da publicidade de alimentos voltados ao público infantil é essencial. A proibição de propagandas enganosas, especialmente as que associam alimentos prejudiciais à diversão e felicidade, é uma medida eficaz já adotada em alguns países.
Pensador:
Theodor Adorno –em sua crítica à Indústria Cultural, Adorno alerta sobre como a mídia cria necessidades artificiais para manter o consumo.
No caso da alimentação infantil, a mídia utiliza essas táticas para manipular o comportamento das crianças e das famílias, promovendo alimentos que prejudicam a saúde. A reflexão crítica sobre os efeitos da mídia é necessária para proteger as crianças e mudar os padrões de consumo.
Por fim, o combate à adição de açúcares em alimentos infantis é um passo crucial para garantir a saúde das futuras gerações. Ao debater esse tema na sua redação, você pode mostrar um profundo conhecimento sobre os obstáculos enfrentados por políticas públicas e a importância de um debate mais amplo sobre alimentação saudável. Prepare-se com os repertórios e argumentos que destacamos neste post e lembre-se: temas como esse são uma oportunidade de mostrar seu domínio sobre assuntos atuais e relevantes. E não se esqueçam de treinar esse tema na nossa plataforma de correção de redação, onde sua evolução será garantida!