Tema da redação do Enem 2025 em Belém: análise completa da proposta sobre a valorização dos trabalhadores rurais

Tema Enem 2025 Pará

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve, em 2025, uma aplicação diferenciada na região metropolitana de Belém (Belém, Ananindeua e Marituba), devido ao calendário da COP 30. Nesse contexto, os participantes se depararam com o tema “A valorização dos trabalhadores rurais no Brasil”, considerado um dos temas mais importantes das últimas edições por envolver desigualdade histórica, segurança alimentar, economia, cultura e sustentabilidade.

A escolha não foi aleatória. A região amazônica concentra cadeias produtivas vitais, forte presença de agricultura familiar e desafios socioambientais que evidenciam a urgência da pauta. O tema também dialoga diretamente com debates contemporâneos sobre clima, produção agrícola sustentável e políticas públicas de combate à desigualdade.

Qual foi o tema da redação do Enem 2025 em Belém?

O tema oficial foi:
A valorização dos trabalhadores rurais no Brasil.

O enunciado apresentou sete textos motivadores, número acima do padrão, exigindo leitura atenta, organização argumentativa e maturidade para relacionar diferentes dimensões do problema: desigualdade, riscos ocupacionais, relevância econômica, cultura alimentar e políticas públicas.

A proposta explorou a discrepância entre a importância econômica do trabalhador rural e sua baixa valorização social. Além disso, reforçou o papel da agricultura familiar na segurança alimentar do país e nos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

A análise do comando revela três eixos centrais que o candidato deveria mobilizar:

  1. Reconhecimento histórico e socioeconômico do trabalho rural.
  2. Condições de vida e de trabalho frequentemente precárias.
  3. A distância entre políticas públicas e implementação real.

Quais os principais problemas enfrentados pelo trabalhador rural?

O conjunto de textos motivadores evidencia que a desvalorização do trabalho rural é resultado de um processo histórico e estruturado. Entre os principais problemas estão:

1. Precarização socioeconômica e invisibilidade histórica

Os trabalhadores rurais representam uma das categorias mais importantes para a economia brasileira, mas também uma das menos valorizadas. Em regiões como o Nordeste e a Amazônia, as dificuldades incluem:

  • informalidade persistente
  • baixa escolarização
  • insegurança alimentar
  • ciclos de pobreza e endividamento
  • exclusão tecnológica

Esse quadro revela como a desigualdade no campo é resultado de um processo de longa duração, marcado por heranças coloniais e pela falta de políticas efetivas de proteção.

2. Riscos ocupacionais e condições de trabalho inadequadas

Um dos textos motivadores citava a Fundacentro, destacando riscos:

  • físicos (sol, calor extremo, esforço repetitivo)
  • químicos (agrotóxicos)
  • biológicos (pragas, vetores)

A combinação desses fatores contribui para acidentes, adoecimentos e baixa expectativa de vida no campo.

3. Políticas públicas insuficientes ou mal implementadas

Apesar de avanços, ainda é limitada a cobertura de:

  • assistência técnica
  • acesso a crédito
  • programas de mecanização sustentável
  • sistemas de proteção social

O hiato entre legislação e realidade contribui para a “desvalorização estrutural”.

Quem acertou o tema da redação 2025?

O Redação Online acertou o tema com precisão dias antes da prova, quando publicou o texto:

“O papel da agricultura familiar na promoção da alimentação saudável nas escolas públicas brasileiras.

Nessa análise, trabalhamos:

  • segurança alimentar
  • políticas públicas
  • papel da agricultura familiar
  • desigualdades regionais
  • Lei nº 15.226/2025 (PNAE ampliado)
  • conexões entre campo, economia e escola
  • impacto social dos pequenos produtores

Ou seja, toda a base temática da prova.
Isso reforça nosso compromisso em antecipar tendências e preparar estudantes para temas estruturais e de alta probabilidade.

O que os textos motivadores mostram sobre o trabalhador rural?

A coletânea trouxe sete textos, um a mais que o usual no Enem regular. Eles apresentavam:

  • Definição jurídica do trabalhador rural (OIT).
  • Dados sobre emprego no agronegócio.
  • Transformações tecnológicas e exigência de qualificação.
  • Papel da agricultura familiar e sua importância cultural e ambiental.
  • Infográfico sobre atividades produtivas.
  • Um texto técnico sobre riscos ocupacionais.
  • Uma epígrafe literária ressaltando o desaparecimento do trabalho manual tradicional.

Todos convergem para dois pontos centrais:

  1. Alta relevância social e econômica do trabalhador rural.
  2. Desvalorização histórica e persistente desse grupo.

Quais repertórios socioculturais podem ser usados nesse tema?

Literatura

  • Vidas Secas, de Graciliano Ramos — denuncia desigualdade estrutural no campo e abandono de famílias rurais.
  • Morte e Vida Severina, de João Cabral — migração forçada e miséria rural.

Arte

  • Portinari – Retirantes — representação visual da vulnerabilidade e da persistência do trabalhador rural.

Música

  • Pena Branca & Xavantinho – “Canto da Terra” — centralidade do agricultor na vida nacional.
  • Zé Ramalho – “Vida de Gado” — crítica à desumanização de trabalhadores marginalizados.

Legislação e documentos

  • Lei nº 15.226/2025 – PNAE e agricultura familiar.
  • Convenção 141 da OIT – definição de trabalhadores rurais e proteção sindical.
  • Agenda 2030 – ODS 2 e ODS 8.

Filmes / Séries

  • Narrativas do Sertão (documentários nacionais) — impacto social da seca e condições de trabalho rural.
  • Comida de Verdade (série documental) — importância do agricultor familiar na cadeia alimentar.

Quais argumentos fortes poderiam ser desenvolvidos na redação?

1. Precarização histórica do trabalho rural

Causa: Formação agrária desigual, herança escravocrata e ausência de proteção estatal contínua.
Consequência: Vulnerabilidade socioeconômica, migração forçada, perda de mão-de-obra e insegurança alimentar.
Repertório: Retirantes, de Portinari.

2. Falta de políticas públicas eficazes e permanentes

Causa: Baixa priorização do campo nas agendas governamentais.
Consequência: Informalidade, riscos à saúde, falta de renda estável e descontinuidade de programas.
Repertório: Convenção 141 da OIT e Lei 15.226/2025.

Como estruturar uma redação nota alta sobre esse tema?

Estrutura esperada pelo Enem:

  1. Introdução: contextualização + problema + tese.
  2. Desenvolvimento 1: causa histórica + consequência + repertório artístico/literário.
  3. Desenvolvimento 2: política pública + negligência + repertório institucional.
  4. Conclusão: proposta de intervenção com agente, ação, meio, efeito e detalhamento.

Redação nota máxima sobre o tema trabalhadores rurais no Brasil

Tema: A valorização dos trabalhadores rurais no Brasil

       A aprovação da Lei 15.236/2025, que amplia o acesso de agricultores familiares ao Garantia-Safra, representa um avanço na proteção social de quem vive do campo. Entretanto, essa medida ainda é insuficiente diante da desvalorização persistente dos trabalhadores rurais no Brasil, marcada por desigualdades estruturais que comprometem suas condições de vida e de trabalho. Nesse sentido, o problema pode ser compreendido a partir de dois fatores principais: a precarização histórica do trabalho rural e a insuficiência de políticas públicas efetivas voltadas à valorização dessa categoria.

     Diante desse cenário, observa-se que a precarização histórica do trabalho rural constitui um dos principais obstáculos à valorização desses profissionais, especialmente nas regiões do Semiárido nordestino e do interior amazônico, onde a informalidade e a vulnerabilidade econômica são mais intensas. Essa realidade é simbolicamente retratada no romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, ao expor a luta contínua de famílias sertanejas diante da miséria, da fome e da exploração. Embora ficcional, a obra espelha a repetição de condições degradantes que ainda atingem agricultores familiares, extrativistas e trabalhadores braçais do campo. Como consequência, tais grupos permanecem presos a um ciclo de pobreza intergeracional, baixa remuneração e dificuldades de acesso a direitos básicos, reforçando sua invisibilidade e dificultando sua efetiva valorização dentro da sociedade brasileira.

     Além disso, a insuficiência de políticas públicas consistentes contribui para perpetuar essa desvalorização, sobretudo entre agricultores de pequenas propriedades e comunidades tradicionais, que dependem diretamente de apoio estatal para acessar crédito, assistência técnica e infraestrutura. Embora o país disponha de diretrizes importantes, como a Política Nacional da Agricultura Familiar, sua implementação é limitada e frequentemente marcada por desigualdade regional. Esse cenário contraria as metas da Agenda 2030 da ONU, especialmente os ODS 2 e 8, que defendem segurança alimentar e trabalho decente. Assim, a falta de investimentos, a burocracia e a ausência de programas contínuos resultam na fragilização da produção agrícola local, no aumento da dependência econômica e na manutenção da desigualdade no campo, prejudicando diretamente milhões de trabalhadores rurais que sustentam a alimentação nacional.

       Em síntese, a desvalorização dos trabalhadores rurais decorre tanto da precarização histórica quanto da fragilidade das políticas públicas destinadas ao setor. Para enfrentar esse quadro, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), órgão responsável por planejar e executar políticas de apoio à agricultura familiar e ao desenvolvimento do meio rural, deve implementar um programa nacional de promoção de condições dignas de trabalho no campo, voltado à formação técnica, ao fortalecimento da agricultura familiar e à proteção socioeconômica desses profissionais. Isso pode ser realizado por meio da ampliação de equipes de extensão rural, da oferta de capacitações contínuas, da distribuição adequada de EPIs e da criação de linhas de crédito simplificadas, permitindo que o trabalhador rural desenvolva sua atividade de forma segura e sustentável. Tudo isso a fim de reduzir a vulnerabilidade no campo, fortalecer a produção local e promover a valorização real desses trabalhadores, para que, finalmente, legislações recentes, como a Lei 15.236/2025, sejam cumpridas de forma efetiva em todo o território brasileiro.

Conclusão

Por fim, o tema da redação do Enem 2025 em Belém confirma uma tendência clara: a banca está ampliando a complexidade temática, incorporando questões sociais, ambientais e econômicas que desafiam a capacidade de análise crítica do estudante. Compreender a desigualdade no campo, o papel da agricultura familiar e as limitações das políticas públicas é fundamental para uma escrita consistente e bem avaliada.

Para quem vai prestar o Enem 2026, a preparação deve priorizar:

  • leitura aprofundada
  • estudo de temas estruturais
  • prática contínua de escrita
  • domínio de repertórios aplicáveis

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