Se uma deficiência evidente já dificulta a vida do portador, imagine uma oculta! A maioria não a percebe e nem imagina que existe esse problema.
Exatamente por isso queremos deixar você preparado se cair esse tema no Enem.
Nesta semana o tema é “A invisibilidade das deficiências ocultas no cotidiano brasileiro e os desafios de reconhecimento”. Quais são os problemas advindos da deficiência oculta de um indivíduo? E como esses problemas podem ser minimizados?
Desse modo, escreva uma dissertação argumentativa sobre o assunto, inclua propostas de intervenção que respeitem os direitos humanos. Afinal, tudo que você precisa está aqui abaixo (o texto 2 é bem impactante!), ou seja, role mais um pouco a tela.
Texto 1 sobre deficiências ocultas
Quais São Algumas Deficiências Ocultas Comuns?
- Deficiências Psiquiátricas – exemplos incluem depressão grave, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtornos de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, etc.
- Lesão Traumática Cerebral
- Epilepsia
- HIV/AIDS
- Diabetes
- Síndrome da Fadiga Crônica
- Fibrose Cística
- Transtorno de Déficit de Atenção ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
- Deficiências de Aprendizado (DA)
- Condições médicas associadas a deficiências ocultas. Exemplos incluem condições de curto ou longo prazo, estáveis ou progressivas, constantes ou imprevisíveis e flutuantes, controladas por medicação e não tratáveis.
Fatores Comuns: O que as Deficiências Ocultas Têm em Comum?
- Não é possível “ver” a deficiência.
- Não existem suportes “visíveis” que indiquem uma deficiência, como bengalas, cadeiras de rodas ou o uso da língua de sinais.
- É uma deficiência permanente com a qual lidam diariamente.
- A deficiência pode ser controlada por meio de medicação ou comportamento, como no caso de diabetes, asma, epilepsia ou transtornos psiquiátricos, por exemplo.
- A pessoa está passando por algum tipo de dor física ou emocional.
traduzido livremente e adaptado de ist hawaii edu
Texto 2
Jovem faz desabafo sobre transtorno de ansiedade em rede social e viraliza
“Me faz parecer dramática, louca, pra quem não tem. As pessoas não conseguem entender o que acontece em meu interior. Me faz mentir toda vez que alguém pergunta se está tudo bem. Mesmo quando minha mente está me matando, digo que está tudo ótimo porque não quero ter que explicar que não tenho controle sobre isso, não ainda.
Além disso, a ansiedade tensiona cada músculo do meu corpo enquanto tento lidar com questões internas e tento manter o rosto sereno para ninguém notar. Também me faz sentir a todo segundo que tem alguém chateado com algo que fiz ou falei. O peso de tudo fica dobrado e sinto que preciso cuidar de todo mundo, mas não deixo ninguém cuidar de mim.
Não quero ouvir que estou sendo ridícula ou exagerada. Só quero que entendam que minhas qualidades estão acima da ansiedade, isto é, que ela não determina quem eu sou.
Se você também luta contra a ansiedade, saiba que não está sozinho. Alguns dias são difíceis mesmo, mas uma hora o sossego há de chegar para cada um. E para quem não tem, mas conhece alguém que tenha, para quem conhece a mim, respeite essa pessoa, me respeite, não nos julgue. No fim, estamos todos tentando sobreviver a nós mesmos e a esse mundão, mas algumas pessoas têm batalhas maiores que as outras. Logo, seja gentil, você não sabe pelo que o outro está passando.”
fonte: clinica espaco village
Texto 3
Pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo podem levar pelo menos quatro anos para buscar tratamento
Pesquisadores do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), integrantes do Consórcio Brasileiro de Pesquisa sobre o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, investigaram a latência para a procura por tratamento em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) em uma grande amostra brasileira.
Nesse sentido, os dados mostraram que levou pelo menos quatro anos para que essas pessoas recebessem tratamento específico para a doença. Por outro lado, um artigo sobre o tema, Latency to treatment seeking in patients with obsessive-compulsive disorder: Results from a large multicenter clinical sample, acaba de ser publicado na revista Psychiatry Research.
Portanto, a doença é caracterizada pela presença de obsessões (pensamentos, ideias ou imagens repetitivas, indesejáveis e angustiantes) e compulsões (comportamentos repetitivos ou rituais mentais destinados a reduzir o sofrimento provocado por obsessões).
fonte: jornal usp
Texto 4
Audiência pública discute dificuldades enfrentadas por pessoas com fibromialgia
(…)
“Ninguém quer ser tratado como inválido, porque não é. Mas quer ter direito ao tratamento. É muito duro você dizer ‘eu sinto isso’ e ter que provar para ganhar credibilidade. E, muitas vezes, uma carteirinha com esse diagnóstico não é para te dar um direito especial”, ressaltou.
(…)
A presidente do Grupo de Apoio a pessoa com Fibromialgia, Erica Castro, salientou que existe incompreensão até mesmo no meio médico sobre a fibromialgia. Além disso, em sua intervenção, ela relatou episódios de descaso com a dor causada pela doença e falta de informação sobre como a doença se desenvolve.
“Infelizmente, aqui no Brasil, a fibromialgia não é tratada pela classe médica e pela classe governamental com a forma como a gente gostaria que fosse. Portanto, não existem olhos firmes e voltados para a gente”.
fonte: recife pe legislativo
Texto 5
“Você não tem cara de PcD” e o desafio que ninguém vê por trás do colar de girassol”
Em uma sociedade que muitas vezes julga e compreende com base no que é aparente, as pessoas que enfrentam deficiências ocultas travam batalhas silenciosas e desafiadoras. Além disso, em um esforço para jogar luz sobre essa questão, a Lei 14.624/23 foi sancionada em 17 de julho pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin.
(…)
“Cara de PcD”
Deborah Martins, ativista indigena pataxó, é autista, e desabafa “Acho que o mais clássico dos desafios sendo uma pessoa com deficiência oculta é o famoso “mas você nem tem cara de PcD [Pessoa com Deficiência]” como se eu precisasse corresponder a certos estereótipos para ser “autista o suficiente”. Usar assentos, filas e qualquer outro dispositivo de acessibilidade é sempre um desafio porque, mesmo com o colar, é inevitável que as pessoas olhem com a cara feia ou que façam algumas piadas, infelizmente.”
Desse modo, Deborah, que compartilha nas redes sociais seus desafios diários desde que recebeu o tardio diagnóstico de autismo, publicou em sua conta do Twitter (hoje X) sua experiência única sobre a segurança e autonomia que sentiu ao poder viajar de avião com sua cã de serviço, a Diva.
fonte: terra
Repertórios socioculturais relacionados ao tema “A invisibilidade das deficiências ocultas no cotidiano brasileiro e os desafios de reconhecimento”
vídeo – este é um documentário que você pode citar na sua redação como contextualização: ele mostra a luta das pessoas com deficiência em geral pela participação na sociedade.
reportagem – um repertório obrigatório na sua redação do Enem sobre as deficiências ocultas precisa tocar no cordão de girassóis – e nesta matéria você tem relatos de quem o usa.
filme – “Temple Grandin”, de 2010, é uma cinebiografia da jovem autista Temple Grandin, e sua maneira particular de ver o mundo – isto é, ela que chegou ao doutorado na área de pecuária!
vídeo – um caso emocionante de um garoto com deficiência oculta que consegue seu 1o emprego – veja!
artigo – quem foi o surdo Ferdinand Berthier, homenageado pelo Google? leia e use este repertório!
reportagem – o criador do cordão de girassóis é Paul White, e nesta matéria da Veja você encontra uma frase dele ótima para sua redação!
filme – “Uma Lição de Amor” foi lançado em 2001, para contar o caso de um homem com deficiência mental que cria sua filha com ajuda de seus amigos; em certo momento ele precisa enfrentar a Justiça – será que conseguirá apesar da deficiência oculta?
reportagem – a história deste adolescente autista explica por que é tão importante reconhecer quem tem deficiência oculta (sem dúvida, e vai surpreender você!).
vídeo – entenda melhor como é o comportamento de uma criança autista neste vídeo; isso, sem dúvida, vai ajudar na hora de elaborar seus argumentos.
Por fim, que ótimo que você chegou até aqui! Apostamos que você não imaginava a invisibilidade das deficiências ocultas no cotidiano brasileiro e os desafios para seu reconhecimento!
Mas agora você está mais que preparado se esse for o tema do Enem deste ano! Nossos corretores já começaram a receber redações desta semana – envie logo a sua!