A violência sexual no Brasil continua sendo um grave problema social. Primeiramente, segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 84 mil casos de estupro em 2023, um aumento de 91% em relação a 2011. Além disso, os dados revelam que 88% das vítimas são mulheres e 62% são menores de 13 anos, o que evidencia a vulnerabilidade desses grupos.
Diante dessa realidade, o governo brasileiro sancionou a Lei 15.035/2024, que permite a exposição pública do nome e CPF de condenados por crimes sexuais. O objetivo é aumentar a transparência e reduzir a reincidência desses crimes. No entanto, essa medida levanta debates sobre segurança, direitos individuais e eficácia na prevenção da violência.
Esse tema é altamente relevante para o ENEM, vestibulares e concursos públicos, já que envolve questões de justiça social, direitos humanos e políticas públicas. Portanto, vamos explorar os textos motivadores, repertórios e argumentos estruturados para ajudá-lo a construir uma redação nota máxima!
Textos motivadores sobre criminalidade e reincidência
Texto 1: O impacto da Lei 15.035/2024 na criminalidade sexual
A Lei 15.035/2024, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estabelece que nomes e CPFs de condenados por crimes sexuais sejam de acesso público. O objetivo principal é facilitar a fiscalização da sociedade e evitar novos crimes, garantindo que ex-condenados sejam monitorados mesmo após o cumprimento da pena.
A lei prevê um Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais, mas houve um veto presidencial em relação à manutenção dos dados por 10 anos após o cumprimento da pena. O governo argumentou que essa permanência violaria direitos fundamentais como intimidade e vida privada.
A questão central é: essa exposição pública pode realmente reduzir a reincidência ou seria apenas uma punição adicional, sem efeito preventivo? Além disso, há preocupações sobre a possível marginalização dos condenados após o cumprimento da pena, dificultando sua ressocialização.
📌 Fonte: Agência Senado
Texto 2: Castração química voluntária para reincidentes em crimes sexuais
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou um projeto que autoriza a castração química voluntária para condenados reincidentes por crimes sexuais. Essa proposta visa oferecer um tratamento hormonal para reduzir a libido de criminosos condenados por estupro, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
Em países como EUA, Alemanha e Coreia do Sul, essa medida reduziu a reincidência de crimes sexuais para menos de 5%, enquanto no Brasil esse índice ultrapassa 50%. No entanto, há divergências sobre a eficácia e a ética dessa medida, pois muitos especialistas argumentam que a punição deve focar na reeducação e reintegração social, e não apenas na inibição química dos impulsos sexuais.
O debate sobre essa política levanta questões como: essa abordagem seria eficaz no Brasil? Deveria ser obrigatória para reincidentes? A castração química garante a proteção da sociedade ou apenas mascara o problema?
📌 Fonte: Agência Senado
Texto 3: Estudos sobre fatores de risco para reincidência em crimes sexuais
Estudos mostram que a reincidência em crimes sexuais está relacionada a fatores como:
- Interesses sexuais desviantes (pedofilia, exibicionismo, voyeurismo).
- Distorções cognitivas (crenças que justificam o abuso).
- Falta de supervisão e impulsividade.
A revisão sistemática de Neves (2021) analisou pesquisas científicas sobre reincidência e concluiu que medidas como tratamento psiquiátrico, supervisão rigorosa e programas de reintegração social são mais eficazes do que penas prolongadas ou apenas a exposição pública dos condenados.
📌 Fonte: Repositório Científico de Portugal
Texto 4: Dados alarmantes sobre violência sexual no Brasil
O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou que, em 2023, a cada 6 minutos um caso de estupro foi registrado no Brasil. Além disso:
- 88% das vítimas eram mulheres e 62% tinham menos de 13 anos.
- 64% dos feminicídios ocorreram dentro da própria casa.
- 76% das vítimas de violência sexual eram vulneráveis (menores de 14 anos).
O relatório aponta que a cultura da impunidade e a falta de fiscalização contribuem para a reincidência, reforçando a necessidade de políticas públicas que garantam tanto a punição quanto a ressocialização dos condenados.

📌 Fonte: Correio Braziliense
Repertórios relacionados à criminalidade e reincidência
Filmes/Séries/Documentários
- “Spotlight” (2015) – Expõe escândalos de abuso sexual na Igreja Católica e o impacto da impunidade, evidenciando como indivíduos com reincidência na criminalidade podem se aproveitar da falta de transparência.
- “O silêncio dos inocentes” (1991) – Apresenta um estudo psicológico sobre pessoas com reincidência na criminalidade sexual, mostrando a necessidade de controle rigoroso.
- “A caça” (2012) – Aborda o impacto das acusações públicas e como a exposição pode gerar danos irreversíveis, mesmo quando há dúvida sobre a culpa.
- “Mindhunter” (Netflix) – Série baseada na criação do FBI Behavioral Science Unit, que ajudou a definir perfis de criminosos sexuais e a entender padrões de reincidência.
Livros/Pensadores
- “Vigiar e Punir” – Michel Foucault – Analisa a punição e seus impactos sociais, discutindo até que ponto a exposição pública pode ser eficaz ou apenas um meio de marginalização.
- “O Leviatã” – Thomas Hobbes – Defende que o Estado deve garantir a segurança da população sem ultrapassar limites de direitos individuais.
- “Justiça: O que é fazer a coisa certa?” – Michael Sandel – Explora dilemas morais e até que ponto medidas como exposição pública podem ser justas.
- “Criminologia” – Cezar Roberto Bitencourt – Discute a reincidência criminal e as melhores estratégias para combatê-la.
Legislações
- Constituição Federal de 1988 – Art. 5º: direito à privacidade e segurança pública.
- Lei Maria da Penha (11.340/2006) – Protege mulheres contra violência sexual.
- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei 8.069/1990) – Penaliza abuso infantil.
Argumentos sobre criminalidade, reincidência e exposição pública de criminosos
Argumento 1: O impacto da rotulação social no comportamento do indivíduo
📌 Causa: A estigmatização social gerada pela exposição pública de condenados pode, como consequência, levar à marginalização do indivíduo, dificultando sua reintegração à sociedade. Além disso, sem acesso a emprego, moradia e suporte psicológico, muitos acabam retornando ao crime, perpetuando, assim, o ciclo de criminalidade.
📌 Consequência: A falta de oportunidades para a ressocialização pode criar um ciclo de criminalidade contínuo, levando o indivíduo a reincidir por falta de alternativas viáveis de reintegração social. Além disso, a exposição pode fomentar linchamentos virtuais e ataques físicos, comprometendo a segurança pública.
📌 Possível Solução: Implementação de programas de reinserção social aliados ao monitoramento contínuo dos condenados, garantindo que cumpram suas penas, mas também tenham acesso a suporte psicológico e profissional.
📌 Repertório:
- Erving Goffman – Em Estigma: Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada, o sociólogo discute como a sociedade cria rótulos que podem reforçar padrões negativos e impedir a ressocialização de indivíduos que cometeram crimes.
Argumento 2: A insegurança gerada pela falta de políticas eficazes de combate a crimes sexuais
📌 Causa: A carência de mecanismos eficientes de fiscalização e prevenção resulta na reincidência de crimes violentos, pois o sistema penal não oferece acompanhamento adequado após a soltura do condenado. Muitas vítimas permanecem desprotegidas, pois não há medidas preventivas suficientes para evitar novos crimes.
📌 Consequência: a sociedade vive em um estado de constante insegurança, uma vez que não há garantias de que os condenados não reincidirão. Além disso, a ineficiência do sistema penal contribui para um sentimento de impunidade e descrença na justiça.
📌 Possível Solução: criação de protocolos mais rigorosos de monitoramento de condenados, aplicação de medidas de restrição de aproximação às vítimas e fortalecimento de campanhas educativas para prevenção da violência sexual.
📌 Repertório:
Pesquisa do Bureau of Justice Statistics (EUA, 2019) – O estudo revelou que, dentro de nove anos após a soltura, 82% dos condenados por crimes sexuais voltaram a ser presos por outros crimes, indicando a necessidade de medidas eficazes de prevenção.
A exposição pública de condenados por crimes sexuais é uma medida polêmica e de grande impacto social. Nesse contexto, por um lado, ela pode ajudar a sociedade a se proteger, monitorando ex-condenados e reduzindo as chances de reincidência. Por outro lado, especialistas questionam se essa prática fere direitos fundamentais além de dificultar a reintegração social, o que pode resultar em marginalização e, consequentemente, no aumento da criminalidade.
Dessa forma, para um sistema mais justo e eficiente, é essencial que políticas públicas aliem punição, reintegração social e fiscalização adequada, garantindo segurança à população sem, contudo, comprometer princípios democráticos.
Diante desse cenário, o debate sobre a criminalidade sexual e suas punições ainda está longe de um consenso.
Caso queira aprofundar sua argumentação, treine esse tema para o ENEM, concursos e vestibulares. Clique aqui e acesse nossa plataforma!