Cansado de fazer sempre as mesmas introduções em todas as redações do Enem? Prepare-se para o artigo de hoje! Vamos ensinar 6 tipos de introdução, e o corretor vai se sentir seduzido por suas redações!
Antes de começar a lista com dicas de como fazer a introdução perfeita para a redação do Enem, precisamos lembrar duas coisas:
- É preciso sempre incluir sua tese na introdução do Enem. A tese é sua opinião sobre o assunto.
- Não há necessidade de “esticar” sua introdução – a parte mais valiosa da redação é a argumentação, então deixe o máximo de espaço para ela.
1. Contexto histórico-social
Esse é o tipo mais usado, é verdade, mas não há nada contra ele.
Dar um contexto do que vai se falar é bem útil e didático.
Mas não se prenda a citar momentos históricos estudados na escola. Revolução Industrial, Iluminismo, são sempre os preferidos… mas se não tiverem relação com o assunto, você pode perder pontos!
Veja como esta introdução de uma redação 1000 contextualiza o assunto:
A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.
Veja agora uma possível introdução com uma contextualização para outro tema:
O trânsito brasileiro mata milhares de pessoas por ano, o que também significa um imenso prejuízo econômico. Boa parte dos acidentes vêm do consumo de bebidas alcoólicas, embora haja a Lei Seca, como tentativa de solução.
Atenção para o seguinte: muitos acreditam que citar uma época histórica ou números no começo da redação funciona com repertório.
Funciona como repertório, mas não necessariamente o repertório perfeito, ok?
Se você quer que aquela citação inicial valha como repertório perfeito, é preciso usá-lo no texto de alguma forma – ele não pode virar enfeite! Repertório que pode ter a nota máxima é repertório de argumentação.
2. Exemplo
Este tipo de introdução é muito usado no jornalismo.
Uma reportagem, por exemplo, pode começar a partir de um caso específico para só depois debater o assunto em geral. Vamos deixar claro com o exemplo abaixo:
25 de abril de 2023: uma jovem de 16 anos é agredida em uma escola municipal de Joinville, em Santa Catarina, após dizer que era praticante de umbanda, religião de matriz africana. A problemática do preconceito religioso que persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.
Percebeu o impacto que cria? Envolve muito o leitor…
Mas esse tipo de exemplo usado no começo de uma introdução não tem conectivo nenhum de exemplo, notou? Não é pra ter mesmo.
Para ele ter o efeito impactante que você quer, é preciso iniciar diretamente, com o relato e nenhum comentário.
Neste caso acima, fizemos como os jornalistas fazem: relatamos brevemente o fato e usamos um verbo no presente, para tornar o fato ainda mais tocante.
E outro detalhe: esse exemplo só serve para fisgar o leitor, portanto, se você não quiser, não precisa mais usá-lo no texto.
Vamos ver outra introdução escrita dessa forma:
Recentemente 90 crianças carentes de Maceió foram ao cinema pela primeira vez. Embora o cinema tenha se popularizado, nota-se a sua limitação social, em virtude do discurso elitizado que o compõe e da falta de acesso por parte da população. Essa visão negativa pode ser significativamente minimizada, desde que acompanhada da desconstrução coletiva, junto à redução do custo do ingresso para a maior acessibilidade.
Bem atraente, não é mesmo?
3. Crítica
Não vai ser difícil fazer uma introdução para o Enem com uma crítica. A crítica leva automaticamente a algo que precisa ser modificado – e esse é o centro da redação do Enem.
Por isso, sugerimos que sua crítica leve, automaticamente, à proposta de intervenção, assim fica mais natural. Veja um exemplo:
Não se pode falar de cidadania no Brasil, já que não há acesso pleno ao lazer e à cultura por parte dos menos favorecidos. Ir ao cinema e ao teatro precisam ser atividades costumeiras e estendidas a todos os brasileiros. Como permitir que isso se realize numa situação de limitação econômica de tantos?
Curto e grosso, né?
Mais um exemplo:
Está mais do que na hora de tratarmos as pessoas com transtornos mentais como cidadãos que merecem respeito. Até hoje, eles são estigmatizados, simplesmente por falta de informações corretas sobre o assunto e, também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas mídias.
Foi uma crítica contundente, bem direta. Críticas são assim mesmo…
4. Interrogação
Nada como uma pergunta para levar o leitor a querer ler seu texto e descobrir a resposta.
Afinal, todo mundo é curioso.
E é um tipo de introdução também fácil de fazer. Fácil e atraente, portanto!
Veja como usar:
A importância dos indígenas no Brasil configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o que interfere na preservação de seus saberes. Quais medidas o Estado poderia tomar para melhorar esse cenário?
(Mas, por favor, lembre-se de responder a pergunta no seu texto!)
Olha só outro exemplo:
Como seria o Brasil se não tivéssemos recebido imigrantes em nossa História? Eles marcaram todas as áreas possíveis da sociedade, e não poderíamos ser o que somos sem seu trabalho. E mesmo assim, o que se vê é uma ausência de políticas públicas eficientes para receber e integrar essas pessoas à sociedade.
Observe que desta vez a pergunta teve mais um efeito de fazer o leitor pensar na importância dos imigrantes, de forma inversa – com a falta deles. Quer dizer, não haveria nenhuma resposta para a pergunta na argumentação.
5. Frase de alguém conhecido ou ditado popular
Se você lembrar de uma frase de alguém, ou do povo, que tem tudo a ver com o que você pretende dizer em sua redação, ponha na introdução.
Ao contrário do que se diz por aí, você pode usar ditado popular ou provérbios na redação, sim, desde que tenha tudo a ver com ela. Até porque, eles têm como autoria o próprio povo.
Fizemos este exemplo usando uma frase desse tipo:
“A criança não nasce consumista, ela é educada para ser assim.” Esta é uma frase do psicólogo Leo Fraiman, que indica que deve-se esperar dos adultos alguma regulamentação e algum limite sobre o conteúdo de campanhas publicitárias. Do contrário, elas podem ser prejudicadas em sua formação, com prejuízos físicos, psicológicos e emocionais.
E este também:
“Você vai sair assim?” A violência contra a mulher nem sempre é física. E quando não é física, é ignorada, passa despercebida – isso é um perigo! Precisamos acordar para o fato de que a violência contra a mulher precisa ser eliminada da nossa sociedade, e para isso é útil analisar suas raízes históricas e ideológicas.
6. Conceito
Dependendo do tema, é bem interessante usar um conceito, uma definição.
Veja este exemplo:
A intolerância é a dificuldade de aceitar os outros, com suas diferenças. Num Brasil tão plural, é isso que vemos, mais especificamente quanto à religião – ainda existe muita intolerância religiosa. Um diálogo entre sociedade e Estado sobre os caminhos para combater a intolerância religiosa é medida que se impõe.
Ou então este outro exemplo:
Estigmas são marcas que inferiorizam o indivíduo, e é isso que se tem feito com os doentes mentais no Brasil – eles são estigmatizados. Isso tem origem na carência informacional concatenada à idealização da vida nas redes sociais. Mas é um problema que tem solução.
Você deve ter observado que os conceitos não precisam ser aqueles formais, oficiais, de dicionário. Não! Você mesmo pode dar o seu conceito, a sua definição, na hora da prova. Até porque, é com base nele que você dará continuidade à sua argumentação.
Conclusão
Com estas ótimas ideias para sua introdução, terminamos o artigo de hoje. E já que você chegou até aqui, queremos lhe oferecer correções de redação de alto nível. Você se interessa? É só clicar aqui para saber como funciona.