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Violência no parto

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Violência no parto apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa e seu ponto de vista. 

Texto 01

“A médica fez uma episiotomia sem que eu soubesse e, enquanto dava os pontos, ela ia explicando para cinco alunos presentes como era o tecido do meu períneo. Me senti uma cobaia humana”. Elisângela Alberta de Souza, esteticista e mãe de Cecilia, Pedro e Ester. “Durante uma contração, eu baixei a perna e, sem querer, sujei o chão que o obstetra estava limpando. Em resposta, ele bateu no meu joelho”. Cristiane Fritsch, psicóloga e mãe de Iago. Esses relatos que você acaba de ler são de mulheres que foram vítimas de violência no parto. Infelizmente, 25% das mulheres que tiveram filhos pelas vias naturais na rede pública e privada sofreram violência obstétrica no Brasil, de acordo com uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo. Apesar de a pesquisa se restringir ao parto normal, a violência também pode acontecer em uma cesárea. Os abusos mais citados pelas mulheres no levantamento foram:

  • Se negar ou deixar de oferecer algum alívio para a dor;
  • Não informar a mulher sobre algum procedimento médico que será realizado;
  • Negar o atendimento à paciente;
  • Agressão verbal ou física por parte do profissional da saúde.

Tamanha animosidade está relacionada a uma fantasia que se cria acerca da futura mãe. “A figura da parturiente na nossa cultura é muito idealizada, imagina-se que a mulher será como uma Virgem Maria parindo e quando ela não corresponde a essa expectativa vem um terrível ódio”, explica a psicóloga Vera Iaconelli, diretora do Instituto Brasileiro de Psicologia Perinatal – Gerar e doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo. (Hora do parto: o que é considerado violência obstétrica)

Fonte: https://mdemulher.abril.com.br/saude/bebe/hora-do-parto-o-que-e-consideradoviolencia-obstetrica

Exemplo Tema de redação – Violência no parto

De acordo com a câmara municipal de São Paulo, Violência Obstétrica caracteriza-se por abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde na hora do parto. Os maus-tratos podem ocorrer como violência física ou psicológica, gerando vários traumas às mulheres. O termo não se refere apenas ao trabalho de profissionais de saúde, mas também às falhas estruturais de clínicas e hospitais públicos ou particulares. Dessa forma, em razão do silenciamento e da discrepância social do Brasil, emerge um problema complexo que se torna cada vez mais preocupante e perigoso para as mulheres grávidas.

A princípio, é fundamental expor o silenciamento como sendo a maior causa potencializadora da problemática. Nesse sentido, Rupi Kaur faz questão de afirmar que a representatividade é vital em pautas silenciadas. Desse modo, o relato de Shantal Verdelho, figura pública na internet, ao descrever seu caso chocante de violência obstétrica sofrida durante o parto de seu segundo filho, foi extremamente necessário para colocar essa pauta em evidência. Todavia, é apenas uma das milhares de mulheres agredidas psicológica e fisicamente que teve a coragem de denunciar. Um dado que comprova essa defasagem de denúncias é a pesquisa “Nascer no Brasil”, da Fiocruz, que é o levantamento mais amplo sobre nascimentos já realizados no país. Entre 2011 e 2012, foram ouvidas 24 mil mães e os relatos revelam um cenário de violência obstétrica generalizada, que atinge cerca de 45% das gestantes atendidas, majoritariamente, no SUS.

Em segundo plano, outra causa para a configuração da permanência desse cenário é a discrepância social presente no Brasil. Nesse âmbito, Hannah Arendt garante que a essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos. Porém, tem-se visto uma contrariedade dessa afirmação quando se trata de violência obstétrica, tendo em vista que dados da Revista Galileu apontam que mulheres pobres e pertencentes a minorias são as mais atingidas pela violência durante o parto. Em 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma declaração global a respeito dos abusos, desrespeito e maus-tratos alarmantes sofridos por gestantes em todo o mundo, entretanto, a exposição do termo violência obstétrica não foi o suficiente para diminuir os casos e injustiças sofridas pelas mulheres de classe social inferior.

Portanto, uma intervenção faz-se essencial. A partir disso, é preciso que o governo, em parceria com estados e municípios, promova ações afirmativas em prol do combate à violência obstétrica no Brasil. Para isso, fiscalizações frequentes em hospitais públicos e particulares, na ala da maternidade, devem passar a ser realizadas por todo o país, assim como a criação de um espaço específico para que as mulheres possam contar seus relatos de parto e recebam todo o amparo social e jurídico necessário em casos de violência obstétrica. Além disso, a presença de médicos qualificados e agentes públicos durante as fiscalizações também é fundamental para que o governo consiga resultados satisfatórios no combate à violência durante o parto. Tudo isso deve ser feito a fim de que mulheres deixem de ser vítimas dessa atrocidade e possam ter um parto devidamente humanizado. Dessa forma, haverá esperança de se consolidar um Brasil melhor.