No filme “Percy Jackson e o ladrão de raios”, a entrada para o Olimpo está localizada no Empire State Building, um dos maiores prédios do mundo. Para além do longa, observa-se cada vez mais a presença de construções tão altas quanto o portal dos deuses e, consequentemente, o processo de verticalização das cidades. Nesse contexto, convém analisar a especulação imobiliária como principal causa desse fenômeno, que influencia as condições ambientais.
Primeiramente, a valorização de áreas urbanas intensifica o processo de verticalização. A saber, a cidade catarinense Balneário do Camboriú passou por um intenso processo de verticalização nos últimos anos. Paralelo a isso, infere-se a proximidade com o litoral favoreceu a especulação imobiliária no espaço. Consequentemente, os investimentos na construção civil resultaram no inchaço imobiliário na cidade, principalmente no litoral. Desse modo, a iniciativa privada em áreas hipervalorizadas no mercado imobiliário encontra-se como fator determinante da verticalização urbana, uma vez que incentiva a construção de residenciais que comportam prédios tão grandiosos quanto o Empire State Building.
Ademais, a verticalização urbana traz efeitos negativos ao meio ambiente. De acordo com o geógrafo Antônio Cardoso Façanha, a verticalização urbana é um processo que implica em alterações danosas à superfície. Nessa linha de pensamento, observa-se que a pressão exercida pelos prédios no solo, prejudica a fertilização e o balanço necessário de nutrientes. Como consequência disso, têm-se o desequilíbrio ecológico da área, visto que o solo não consegue fornecer insumos suficientes para a manutenção ideal da biota. Outrossim, a grande densidade de prédios e a pouca qualidade do ambiente natural vêm a prejudicar, de maneira significativa, as condições temporais do ambiente. Dessa maneira, a verticalização urbana tem facetas que prejudicam significativamente a qualidade ambiental, assim como observado em Balneário do Camboriú.
Assim, tendo em vista os efeitos da verticalização urbana, é mister o desenvolvimento de ações para combatê-los. Para tanto, faz-se necessário que o Poder Executivo desenvolva projetos de reparo ambiental, por meio do investimento em fundos do meio ambiente, que possibilitem a restauração de áreas degradadas, a fim de garantir o equilíbrio ecológico. Além disso, o Governo, em âmbito federal, estadual e municipal, deve mover investimentos para áreas menos valorizadas, com a finalidade de equilibrar a densidade de imóveis. Mediante a essas ações, os empecilhos relacionados à verticalização urbana tornar-se-ão nulos.