De acordo com o calendário cósmico - artefato científico criado para visualizar o tempo de vida do universo, comparando tudo que existe em um único calendário anual desde o Big Bang -, a humanidade só passou a existir nos últimos segundos do último dia daquele mesmo ano, o que é um tempo bastante significativo se comparado aos 13,7 bilhões de ano de evolução do cosmos. Sob essa ótica, é lamentável que mesmo depois de séculos de ascensão a espécie humana ainda não tenha solucionado questões como o de teste em animais para a fabricação de Cosméticos. Dessa forma, torna-se necessária a discussão a cerca do assunto, a fim de solucioná-lo.
Inicialmente, é interessante analisar a problemática hodierna através de "Memória Póstumas de Brás Cubas", obra que inaugurou o realismo na literatura brasileira, de Machado de Assis, a qual profere que não teve filhos e tampouco transmitiria a alguma criatura o legado da miséria humana. Tal posição, decerto, é claramente comprovada no Estado pós-moderno, uma vez que a permição de testes em animais, no Brasil, é apenas o reflexo da impunidade contra as marcas de cosméticos, demostrando, dessa forma, o despreparo do Poder Público para lidar com o problema em questão, já que é papel dos governantes - de acordo com a Constituição - garantir o bem-estar não só da coletividade, mas também dos animais domésticos e silvestres. Assim, torna-se compreensível o pensamento do autor supracitado, tendo em vista os atos desumanos as quais esses animais são submetidos para satisfazer algumas "necessidades" humanas.
Outrossim, convém ressaltar que o problema é pouco debatido. De acordo com o filósofo do sacro Império Romano Johann Goethe, nada no mundo é mais assustador do que a ignorância em ação. Nesse sentido, é de extrema importância que a sociedade busque se informar e debater a respeito de teste em animais para a fabricação de cosméticos, visto que sem diálogo sério e massivo sobre esse problema, as consequências tornam-se cada vez mais infortúnios e sua resolução quase utópica. Dessa maneira, é visível que a ignorância social fortalece essa inércia.
Depreende-se, portanto, a necessidade de ações que amenizem a problemática na sociedade brasileira. Assim, cabe ao Tribunal de Contas das União, direcionar capital, através da Proteção Jurídicas dos Animais em parceria com Ministério da Educação, que será investido na contratação de profissionais, de preferência veterinários, para debater, por meio de palestras, as consequência desses testes, no intuito de, assim, informar alunos e a comunidade no geral sobre o assunto e, posteriormente, quebrar a ignorância em ação, para que por fim a sociedade se mobilize e proteste a respeito do uso de animais como testes para a fabricação de cosméticos. Somente com essas ações, o país se desprenderá do conceito de "Sociedade Miserável", tal como aquela descrita por Machado de Assis.