A Declaração Universal dos Direitos dos Animais - promulgada em 1978, pela ONU - assegura às espécies um tratamento digno e respeitoso. Contudo, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa a utilização de animais para testes de produtos cosméticos, dificultando, deste modo, o bem-estar animal. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro, seja pela falta de medidas governamentais, seja pela ideologia capitalista da sociedade.
Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater os experimentos em animais. Nesse sentido, vale destacar o curta-metragem “Save Ralph”, que narra a história de um coelho que sofre com os processos químicos da criação de produtos cosméticos. Essa conjuntura, evidencia o sofrimento dos animais submetidos à pesquisas que, frequentemente, abusam de técnicas laboratoriais de alto risco e que, inclusive, geram intensa dor e machucados irreversíveis após os procedimentos. Sendo assim, é inegável que faltam leis governamentais para impedir tais práticas contra a vida de seres vivos inocentes.
Ademais, é fundamental apontar a sociedade, permeada pela ideologia capitalista, como impulsionadora dos experimentos em animais. À vista disso, as grandes corporações cosméticas, negligenciam valores éticos e morais, ignorando o sofrimento das cobaias para sustentar um modelo de consumo viciado e irracional, o qual a demanda avança, constantemente, para abastecer uma clientela incessante, levando o número de animais sacrificados em testes aumentarem. Diante de tal exposto, infere-se que enquanto a busca por dinheiro for a regra, o bem-estar animal será exceção, o que infelizmente é evidente no Brasil.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Poder Legislativo, realize a promulgação de leis que proíbam o uso indiscriminado de animais para testes, através de punições mais rígidas, com o pagamento de uma multa e em casos mais graves a prisão do responsável, a fim de preservar a vida dos animais e dar espaço às novas tecnologias do mercado, como a pele 3D, ideal para realizar experimentos de produtos, pois é parecida com a pele humana, já a dos animais não possui muitas semelhanças, aumentando desta forma a qualidade dos cosméticos. Com tal implementação, o bem-estar das espécies será restaurado e testes cruéis, como o de Ralph, não serão mais vistos.