logo redação online

A vulnerabilidade de pessoas em comunidades de baixa renda frente às ondas de calor

Proposta de redação 

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A vulnerabilidade de pessoas em comunidades de baixa renda frente às ondas de calor.” apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 

Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Instruções para redação

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
  3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 
  4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
  • 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”; 
  • 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 
  • 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
  •  4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

Textos motivadores 

Texto I

Onda de calor: como se forma o fenômeno que é cada vez mais comum no Brasil

As ondas de calor no Brasil têm se tornado um fenômeno cada vez mais frequente e intensificado, exigindo a compreensão de seus principais fatores formadores: massas de ar quente e seco, junto com bloqueios atmosféricos. O país, que já experimentou nove ondas de calor no ano passado, enfrenta atualmente sua terceira onda do ano. Este fenômeno, caracterizado por temperaturas substancialmente acima da média, tem expectativa de durar até a próxima semana, afetando significativamente estados como Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Meteorologistas utilizam critérios específicos para classificar uma onda de calor, geralmente definindo o fenômeno como um período em que as temperaturas excedem em 5ºC a média por cinco dias ou mais. As definições variam, mas o impacto dessas altas temperaturas é inegável, com o Instituto Nacional de Meteorologia emitindo alertas com base na duração e intensidade do calor. Este sistema de alerta, que varia do amarelo ao vermelho, serve como um guia para a população sobre os cuidados necessários durante esses períodos extremos de calor.

A formação de ondas de calor é influenciada por bloqueios atmosféricos que impedem o avanço de frentes frias, contribuindo para o aumento da força das massas de ar quente no continente. Tais condições são exacerbadas por fenômenos como o El Niño, que aquece a atmosfera e potencializa as altas temperaturas, especialmente na transição da primavera para o verão. Este cenário é agravado pelo aquecimento global, que aumenta a frequência e intensidade das ondas de calor, alterando padrões climáticos históricos e trazendo desafios adicionais à gestão ambiental e à saúde pública.

Com o avanço do aquecimento global, o Brasil registra não apenas um aumento na intensidade das ondas de calor, mas também uma maior frequência desses eventos. A tendência, evidenciada pelo aumento dos dias sob efeito de calor atípico, ressalta a importância de políticas voltadas à mitigação das mudanças climáticas e à adaptação das cidades e populações a essas novas realidades. Assim, a conscientização e a preparação para enfrentar ondas de calor tornam-se cruciais para minimizar seus impactos adversos.

Fonte adaptada de g1

Texto II

As populações de baixa renda enfrentam desafios significativos em relação às ondas de calor, que têm se tornado mais frequentes e intensas. Estudos revelam que essas populações estão 40% mais expostas a tais fenômenos em comparação com indivíduos de renda mais alta. Isso se deve, em parte, à localização geográfica e à falta de acesso a meios de adaptação, como o ar-condicionado.

Essa desigualdade é projetada para aumentar com o tempo, exacerbada pelo aquecimento global. Até o final deste século, espera-se que o quarto mais pobre da população global enfrente uma exposição equivalente à dos outros três quartos combinados. A localização em regiões já quentes e o crescimento populacional contribuem para esse cenário.

O estudo, publicado pela American Geophysical Union, alerta para o impacto desproporcional das mudanças climáticas sobre as populações vulneráveis. Mostra que, historicamente, as emissões de gases de efeito estufa foram majoritariamente provenientes de países de renda mais alta, que, paradoxalmente, são menos afetados pelas consequências diretas, como ondas de calor.

Além da busca por soluções de refrigeração acessíveis e eficientes, é crucial aumentar a conscientização sobre os perigos das ondas de calor. Melhorar os sistemas de alerta precoce e garantir o acesso a eles pode salvar vidas, especialmente em comunidades de baixa renda mais vulneráveis a esses eventos extremos.

Fonte adaptada: EcoDebate

Texto III

As ondas de calor têm impactos devastadores, principalmente entre as populações mais vulneráveis, incluindo pessoas de baixa renda, pretas, pardas e com menor escolaridade. Nos últimos 18 anos, quase 50 mil pessoas no Brasil morreram devido a complicações relacionadas ao calor, uma taxa de mortalidade 20 vezes maior do que as mortes por deslizamentos de terra no mesmo período.

Essas mortes não são distribuídas uniformemente entre a população, revelando profundas desigualdades sociais. Pessoas com menor poder aquisitivo, que frequentemente residem em áreas com infraestrutura precária e escassez de áreas verdes, são as mais afetadas. Além disso, o acesso limitado a sistemas de refrigeração e condições de moradia inadequadas exacerbam a vulnerabilidade desses grupos ao calor extremo.

O estudo da UFRJ e da Fiocruz também destaca que mulheres e idosos são particularmente suscetíveis devido a fatores fisiológicos que limitam sua capacidade de regular a temperatura corporal e manejar comorbidades. A situação é agravada pelo racismo estrutural e desigualdade de gênero, que colocam certos grupos em maior risco durante ondas de calor.

Diante desses desafios, é crucial que políticas públicas sejam implementadas para mitigar os efeitos das ondas de calor, especialmente em áreas metropolitanas densamente povoadas. Medidas como a melhoria do acesso ao serviço de saúde, a expansão de áreas verdes e a adaptação das infraestruturas urbanas são essenciais para proteger as populações mais vulneráveis desses eventos climáticos extremos. 

Fonte adaptada:habitability.com.

Texto IV

Fonte: https://www.sns24.gov.pt/guia/proteja-se-contra-o-calor/

Repertórios para o tema de redação sobre 

Clássicos da Literatura

  1. “Vidas Secas” de Graciliano Ramos:
    • Este romance retrata a vida de uma família de retirantes sertanejos, enfrentando a seca no Nordeste brasileiro. A luta constante pela sobrevivência em um ambiente hostil pode ser paralelizada com a luta das populações de baixa renda para se adaptar às crescentes ondas de calor, destacando as dificuldades enfrentadas por aqueles em ambientes adversos sem acesso adequado a recursos.
  2. “Os Sertões” de Euclides da Cunha:
    • A obra detalha a resistência dos sertanejos na Guerra de Canudos, um conflito que ocorre em uma das regiões mais secas do Brasil. A descrição das condições climáticas extremas e da resiliência dos habitantes pode ser utilizada para discutir como as adversidades ambientais exacerbam as desigualdades sociais, especialmente em áreas marginalizadas.

Filmes

  1. “Quando o Sol se Põe” (2020):
    • Este filme nacional aborda a história de uma banda de música gospel formada por jovens de uma comunidade carente. O filme pode ser usado para ilustrar como a arte pode ser uma forma de escape e de enfrentamento das realidades duras enfrentadas nas periferias urbanas, incluindo as ondas de calor extremo.
  2. “Estômago” (2007):
    • No filme, o protagonista sai do nordeste em busca de melhores condições de vida no sul. As cenas mostram como a pobreza pode afetar o indivíduo em diferentes aspectos da vida, incluindo a vulnerabilidade a condições climáticas extremas.

Séries

  1. “3%” (Netflix):
    • Esta série brasileira de ficção científica mostra um futuro distópico onde a maioria da população vive em condições de extrema pobreza, enquanto uma pequena elite desfruta de um alto padrão de vida. A série pode ser utilizada para discutir as implicações sociais das mudanças climáticas e como elas podem ampliar as desigualdades existentes.
  2. “Irmandade” (Netflix):
    • A série foca em uma facção criminosa dentro de São Paulo nos anos 90, mostrando as condições precárias das prisões e as complexas dinâmicas sociais dentro das comunidades de baixa renda. Reflete sobre como o ambiente pode influenciar as escolhas das pessoas e agravar sua vulnerabilidade a desastres naturais, incluindo ondas de calor.

Agenda 2030 –

  • Objetivo 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis):
    • Assegurar que as cidades sejam inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis. Aumentar a capacidade de adaptação a desastres naturais em todas as comunidades vulneráveis é essencial para proteger as populações de baixa renda das ondas de calor.
  • Objetivo 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima):
    • Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. Isso inclui estratégias para aumentar a resiliência e a capacidade de adaptação às ondas de calor para comunidades vulneráveis.

Constituição Federal

  • Artigo 225:
    • Garante a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Isso inclui criar políticas que protejam as comunidades de baixa renda dos efeitos das mudanças climáticas, como ondas de calor.

Argumentos para o tema

Argumento 1: desigualdade social

Causa: A desigualdade social em relação à exposição a ondas de calor é principalmente causada pela distribuição desigual de recursos e infraestrutura urbana. Comunidades de baixa renda frequentemente residem em áreas com pouca ou nenhuma arborização, habitações inadequadas para o isolamento térmico e acesso limitado a sistemas de refrigeração.

Consequência: Essa desigualdade resulta em uma maior vulnerabilidade às ondas de calor, aumentando as taxas de morbidade e mortalidade relacionadas ao calor nessas comunidades. A falta de infraestrutura adequada agrava os efeitos da exposição ao calor extremo, levando a uma qualidade de vida significativamente reduzida e a um ciclo vicioso de pobreza e saúde precária.

Repertório: Milton Santos, em “Por uma outra globalização”, discute como a globalização pode acentuar as desigualdades sociais, relegando certos grupos a “cidadanias mutiladas”. Essa análise pode ser aplicada ao contexto das ondas de calor, onde as disparidades econômicas determinam quem pode ou não se proteger dos seus efeitos devastadores.

Soluções Possíveis: Implementação de políticas públicas que promovam a urbanização sustentável e inclusiva, aumentando áreas verdes e oferecendo subsídios para a instalação de sistemas de refrigeração em comunidades carentes. Além disso, programas de educação e conscientização sobre os riscos do calor extremo são essenciais para preparar essas populações para enfrentar tais condições.

Argumento 2: omissão governamental

Causa: A omissão governamental se manifesta na falta de investimentos adequados em infraestrutura e na ausência de planos eficazes de resposta a emergências climáticas. Governos podem falhar em reconhecer a gravidade e a urgência das ondas de calor como uma questão de saúde pública, especialmente em áreas mais pobres.

Consequência: Essa falha resulta em uma preparação insuficiente para ondas de calor, com serviços de emergência muitas vezes sobrecarregados e populações desinformadas sobre como agir durante tais eventos. A falta de ação governamental contribui diretamente para o aumento de fatalidades e agrava as condições de vida das comunidades vulneráveis.

Repertório: Hannah Arendt, em “A condição humana”, explora como a negligência e a inatividade podem desumanizar grupos sociais, levando a uma falha em garantir direitos básicos, como a proteção contra desastres naturais. Este pensamento ressalta a responsabilidade dos governos de agir proativamente para proteger suas populações.

Soluções possíveis: desenvolvimento e implementação de legislações específicas que exijam a criação e manutenção de infraestruturas urbanas adaptadas ao clima, como a construção de abrigos públicos com ar-condicionado e a realização de campanhas de saúde pública sobre os perigos das ondas de calor.

É fundamental que essas medidas sejam acompanhadas de financiamento adequado e monitoramento contínuo para sua eficácia.

Por fim, agora que você está bem informado sobre todos os aspectos a respeito do tema da redação sobre a vulnerabilidade de pessoas em comunidades de baixa renda frente às ondas de calor, que tal colocar seus conhecimentos em prática? Ao acessar o nosso site, você terá a oportunidade de ter sua redação corrigida pela mais renomada e eficiente plataforma de correção do Brasil

POSTS RELACIONADOS