“Dr. House” é uma série que retrata o atendimento médico por meio de eletrônicos e como o uso da tecnologia na medicina pode trazer benefícios aos médicos e pacientes. Com essa obra, revelam-se as adversidades da falta de inclusão tecnológica na saúde para a vivência dos indivíduos em sociedade. No entanto, nota-se a irresponsabilidade governamental no que tange à implementação da telemedicina no Brasil. Nesse sentido, percebe-se que a temática espelha um contexto desafiador, em razão da falta de incentivo estatal, causando um menor laço afetivo nos atendimentos médicos.
Primariamente, carece destacar que o Estado está, gradativamente, influenciando no declínio da taxa de buscas pela telemedicina, por conta da falta de estímulo por parte das comunidades estatais em apresentar, aos cidadãos, os prós do atendimento remoto, como sua agilidade e baixo custo. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman e sua teoria da modernidade líquida, a partir da segunda metade do século XX, o Estado perde sua função de supremo influenciador e cede lugar às empresas privadas, as quais passam a influenciar a sociedade e ditar normas. Consequentemente, o governo perde força e se torna incerto. Assim, faz-se fundamental a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Ademais, deve-se ressaltar que os doentes estão cada vez mais optando pelo serviço médico presencial, em razão da separação afetiva que as teleconsultas trazem entre médico e paciente, causados pelo desenvolvimento técnico-científico. Segundo o sociólogo brasileiro Sergio Buarque, as relações sociais são aquelas construídas fora de casa, já que as tradições ibéricas do Brasil fazem com que os brasileiros sejam cativados pela emoção e pelo vínculo afetivo. Por consequência, os laços afetivos são levados do campo familiar para a esfera social, influenciando no convívio comunitário, como na dificuldade de implementação da telemedicina no país. Logo, o assunto potencializa valores cruciais para a harmonização coletiva.
Portanto, o Estado deve utilizar-se da mídia- principal meio de propagação de informações- para influenciar os brasileiros, de imediato, sobre seus direitos quanto ao uso da medicina à distância, por meio de anúncios diários, com a finalidade de formar cidadãos informados. Paralelamente, é necessário que o Ministério da Saúde- órgão de ampla abrangência- atente-se à população, principalmente os grupos mais carentes, com urgência, por meio do oferecimento de palestrar prestadas por médicos, a fim de aproximar o cidadão dos benefícios da telemedicina e incentivar a adoção dessa prática. Por fim, tais medidas visam combater o empasse de forma precisa e democrática.