De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o principal objetivo do saneamento é promover a saúde dos indivíduos, visto que a ausência desse serviço contribui para a proliferação de doenças. Entretanto, o acesso desigual ao saneamento básico é evidente no Brasil e se mostra uma ameaça à saúde pública, como previsto pela OMS, tornando precárias as condições de vida. Com efeito, há de se combater a fragilização da dignidade humana e a desigualdade social.
A princípio, a falta de tratamento adequado dos rejeitos e da distribuição de água potável representa obstáculo para a promoção de uma vida digna. A esse respeito, a Declaração Universal dos Direitos HUmanos - promulgada em 1948 pela ONU - tem como objetivo garantir o tratamento com dignidade à todos os seres humanos. Ocorre que a insuficiência de políticas públicas eficientes para universalizar o saneamento básico submete parcela dos brasileiros a situações degradantes e cruéis, o que torna distante e impossibilita o alcance da meta da DUDH. Nesse viés, não é razoável que o acesso desigual aos serviços básicos permaneça em um país que almeja tornar-se nação desenvolvida.
Sob outra análise, as desigualdades - sociais, regionais, econômicas - no país impedem a igualdade no acesso ao saneamento. Nesse sentido, a produção ficcional "Parasita" aborda o abismo estabelecido pela desigualdade socioeconômica e as precárias condições dos bairros coreanos mais pobres. Logo, a sociedade brasileira é incapaz de promover a democratização do serviço básico de higiene por ser indiferente à situação da população carente, como denunciado no filme, prejudicando a saúde pública. Desse modo, enquanto a desigualdade social se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para a nação: o acesso desigual ao saneamento.
Urge, portanto, que a ausência de mecanismos de higienização das cidades deixe de ser realidade no país. Assim, o Ministério do Desenvolvimento Regional deve incentivar a comunidade a fiscalizar as obras de saneamento, com frequência, por meio de campanhas nos veículos midiáticos que mostrem a importância dessa ação coletiva para a saúde, com voluntários que cobrem das empresas responsáveis o serviço de qualidade para todos. Essa iniciativa do MDR tem como finalidade devolver a dignidade humana e diminuir as desigualdades, e possibilitará para que a OMS tenha seu objetivo realizado.