É fato que, no Brasil, vive-se a busca incessante pelo aumento da produtividade, seja no trabalho, seja nos momentos de lazer. Dessa maneira, torna-se importante abordar alguns dos problemas que a romantização da produtividade excessiva pode causar na saúde das pessoas: síndrome de burnout e depressão. A priori, nota-se que a síndrome de burnout é desenvolvida pelo excesso de trabalho a qual os seres humanos são submetidos, os sintomas vão de exaustão intensa a náuseas e vômitos. Em pesquisa realizada pela BBC, emissora de TV, o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de trabalhadores afetados por essa doença, cerca de 30% da massa de trabalho brasileira sofre desse problema. Embora sofram com os efeitos dessa doença, muitos não conseguem diminuir a carga de trabalho, pois sabem que o patrão deles pode facilmente substituí-los e, com isso, além da síndrome terão outros problemas, como o desemprego. Assim, devido à junção de problemas pessoais mais o burnout, as pessoas acabam por desenvolver depressão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2021, o Brasil foi o país da América Latina com o maior número de casos de depressão diagnosticados. Muito desse problema se deve porque, em terras tupiniquins, foi instaurada uma cultura de supervalorização do trabalho, tal como o mantra dos coachs de internet, “trabalhe enquanto eles dormem”. Desse modo, é nítido perceber que o brasileiro tende a achar que ele só será valorizado se trabalhar até a sua exaustão. Porém, nota-se que quanto maior a carga de trabalho, menor é a produtividade, o que se torna um contrassenso a essa cultura. Portanto, é evidente que essa romantização da produtividade excessiva está destruindo o psicológico dos trabalhadores, e acabando com a massa de trabalho, acaba-se com as empresas, pois não haverá ninguém para trabalhar nelas. Logo, é preciso que os empresários fomentem horas de lazer na rotina de trabalho dos seus empregados, para que o foco deles seja restaurado, pois é comprovado por estudos científicos que intervalos de lazer aumentam a produtividade dos trabalhadores; ou, que eles reduzam a carga horária de trabalho, priorizando qualidade e não quantidade. Talvez, assim, seja possível reduzir a quantidade de trabalhadores afetados por doenças relacionadas à produtividade excessiva.
Ver redação“Construímos muitos muros e poucas pontes”. Essa afirmação do cientista inglês Isaac Newton pode ser facilmente aplicada ao comportamento da sociedade diante da romantização da produtividade excessiva, já que esse descaso é marcado por concentrar a construção de barreiras sociais e a escassez de medidas para a sua erradicação. Todo o processo é originado da negligência social. Levando em consideração fatores como a Revolução Industrial, além do desgaste mental. Diante desse cenário, é valido ressaltar que a super produtividade não é um problema da atualidade. Pode-se observar que o período da Revolução Industrial influenciou muito na romantização da produtividade excessiva, visto que, durante esse marco histórico, era comum trabalhadores passarem horas nos serviços, como é retratado no filme “Tempos modernos”. Em uma das cenas, o protagonista persegue uma mulher por achar que os botões de sua roupa são parafusos que precisa apertar. Isso demonstra o quanto a produtividade excessiva é prejudicial à saúde, tanto mental quanto física. Ademais, é notório como e quanto a saúde mental de muitas pessoas é afetada devido a super produtividade. De acordo com a OMS, o Brasil é o país mais ansioso do mundo. Dados apontam que aproximadamente 18 milhões de brasileiros sofrem de ansiedade, o que é um dos sintomas do esgotamento profissional. Dessa forma, é perceptível a forma como muitos estão sendo afetados devido a romantização da produtividade excessiva e suas consequências prejudiciais à sociedade e futuras gerações. Por fim, cabe à mídia- como grande influenciadora- desconstruir a romantização da produtividade excessiva, por meio de campanhas nos meios de comunicação com intuito de mostrar a sociedade o quanto tal romantização pode ser prejudicial à saúde. Além do mais, também torna-se dever do Governo- como maior instituição de poder- a criação de programas sociais destinados à saúde, por meio de um maior direcionamento de verbas para o Ministério da Saúde. Com a finalidade de preservar o bem estar da população, principalmente da classe trabalhadora.
Ver redaçãoO documentário " take your pills", retrata a realidade de diversos jovens que consomem medicamentos sem prescrição médica, com o objetivo de obter maior rendimento no trabalho e universidade. Nesse contexto, a romantizaçao da produtividade excessiva se trata de uma grave problemática na nossa sociedade. Isso se deve a necessidade de obter sucesso cada vez mais rápido, incentivado pela necessidade de consumo imposta pelas grandes massas. Convém ressaltar, a princípio que o imediatismo na busca de ascensão social é um fator determinante para a persistência do problema.segundo Zygmunt Bauman a liquidez da sociedade moderna se pauta no imediatismo. De acordo com a perspectiva do sociologo , a velocidade que caracteriza a cultura atual configura-se como um grave problema que atinge diversas áreas da ação humana,pois além do sucesso profissional e fundamental manter um equilíbrio entre o trabalho e a saúde, sendo assim o estresse gerado pelo o excesso de trabalho pode gerar diversas doenças tanto físicas como psicológicas. Outrossim, o consumismo, ainda se trata de um grande impasse para a resolução do problema, pois o excessivo de trabalho muitas vezes é gerado por uma necessidade exacerbada de consumir. Segundo as ideias do filósofo Platão o amor é associado ao desejo por aquilo que não tem. Visto isso percebe-se uma analogia entre o amor platônico é consumo, que tanto prejudica o problema da produtividade excessiva,dificultando sua resolução. Portanto para que a romantização da produtividade excessiva, deixe de fazer parte da nossa realidade, e preciso que o Ministério da Cultura, em parceria com o Conselho Federal de Psicologia do Brasil, desenvolvam projetos que visem alertar a população sobre as consequências do excesso de trabalho, por meio de campanhas que podem circular em mídias de grande acesso como televisão e internet, a fim de alertar dos malefícios tanto físicos como psicológicas gerados pela essa romantização. Além disso, é de suma importância que as escolas em parceria com pais e alunos, desenvolvam palestras e projetos que abordem o consumo consciente como pauta, por meio de entrevistas com especialistas no assunto, com o objetivo de trazer mais lucidez sobre o tema é erradicar o problema. Para que assim,jovens e adultos não tenham que colocar sua saúde em risco em prol do trabalho e deveres.
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