No filme “Meia- noite em Paris” é retratada a importância dos patrimônios materiais e imateriais para a construção de uma identidade nacional. Contudo, consta-se na atual sociedade brasileira uma crescente precarização do referido setor, devido principalmente à ignorância das massas populares e à ineficácia das leis. Dessa forma, faz-se necessária a criação, em caráter emergencial, de medidas que visem a preservação do acervo histórico nacional.
Em vista disso, atribui-se à falta de conhecimento e interesse da população nos patrimônios brasileiros como agentes perpetuadores da precarização das medidas preservativas. Nesse sentido, cabe-se utilizar a teoria do patrônomo da educação brasileira, Paulo Freire, segundo o qual é de responsabilidade das instituições de ensino formarem cidadão culturalizados e conscientes de seus respectivos papéis sociais. Entretanto, ao subverter sua função as escolas permitem a construção de uma coletividade cada vez menos interessada em frequentar museus, teatros e centros culturais. Sendo assim, o abandono de tais espaços resulta na debilidade de investimentos em infraestrutura e os tornam cada vez mais sujeitos a sofrerem danos, muitas vezes irreparáveis.
Além disso, a inoperância constitucional contribui significativamente para que se aumentem os
casos de destruição patrimonial. De acordo com o filosofo Thomas Hobbes, o papel do Estado é garantir a aplicação efetiva das leis. Todavia, tal ideal nem sempre é alcançado, haja vista que o não cumprimento das leis, que previam uma maior distribuição de fundos monetários destinados a estruturas históricas, acarretou a destruição do Museu Nacional em 2018, por exemplo, por intermédio de um incêndio que poderia ser evitado caso tivesse recebido a infraestrutura constitucionalmente prevista.
Portanto, é de extrema necessidade a criação de propostas intervencionistas. Logo, cabe ao Poder Executivo, órgão responsável pelo sancionamento de projetos de leis, a aprovação de decretos que garantam um maior investimento destinado à preservação dos patrimônios históricos, a fim de que casos como o do Museu Nacional tornem-se cada vez mais escassos. Ademais, destaca-se a relevância de falar mais a respeito do acervo cultural nacional nas instituições de ensino, para que a realidade apresentada na obra supracitada venha a se concretizar na sociedade brasileira.