TEMA: OS DESAFIOS PARA A ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL NO BRASIL
Durante a Primeira Revolução Industrial, que ocorreu no século XVIII na Inglaterra, era corriqueiro a utilização da mão de obra infantil para aumentar a produtividade e diminuir os custos. Nesse contexto, mesmo após a passagem de quatro séculos, o trabalho infantil ainda é uma dura realidade na sociedade brasileira. Dessa forma, tanto a alta taxa de evasão escolar quanto a falta de consciência familiar dificultam o extermínio das atividades laborais de menores.
Primeiramente, cabe ressaltar que um dos principais obstáculos à redução do trabalho infantil é a saída do ambiente escolar. Nesse sentido, segundo o brasileiro Paulo Freire, a educação é a maneira mais eficiente de transformar as mais diversas esferas da sociedade. Logo, em congruência ao pensamento do escritor, as crianças e adolescentes ficam mais suscetíveis à exploração trabalhista à medida que se afastam do ambiente escolar.
Sob esse viés, é necessário destacar que o papel da família é de extrema importância para a erradicação do labor de menores. Dessa maneira, segundo Arthur Schopenhauer o entendimento social de um grupo é delimitado pelo campo de visão do mesmo sobre o mundo em que vive. Assim, por questões culturais e econômicas, o ambiente familiar ainda enxerga que o trabalho, mesmo tão precoce, tem maior valor quando comparado aos estudos e à própria infância.
Destarte, fica claro que ainda existem empecilhos no tocante ao combate ao trabalho infantil. Portanto, urge ao Ministério do Trabalho, em combinação ao Ministério da Educação, o desenvolvimento de uma campanha de conscientização das famílias e crianças. Tal campanha, denominada “Criança Merece Infância”, deve promover discussões sobre os direitos dos jovens nas escolas, além de divulgar os malefícios da atividade laboral precoce de modo a transformar a visão arcaica familiar sobre a infância.