Publicidade Infantil em questão no Brasil - Tema Enem 2014
Produtos, games, marcas. Hodiernamente, no Brasil, a publicidade expõe crianças a uma infinidade de possibilidades que foge ao controle de seus responsáveis. Tal estímulo aos pequenos pode ser nocivo, pois estes ainda estão nos primeiros ciclos do desenvolvimento cognitivo. Entre as problemáticas relevantes, duas despontam em curto e longo prazo, são essas: A cultura consumista e a falta de controle financeiro.
A princípio, como explica os sociólogos alemães Theodor Adorno e Max Hokkerheim no conceito de “Indústria Cultural”, o objetivo da indústria é transformar o consumismo em cultura, a fim de obter lucro. Neste sentido, as linhas de brinquedos, “fast-food”, eletrônicos e outros desafiam o bom-senso e em nome do lucro atacam os pequenos incapazes refletirem acerca dessa questão. Por conseguinte, os sociólogos alertam que na vida adulta esses indivíduos podem representar uma massa amorfa, passiva e nula em criticidade.
Ademais, segundo o sociólogo francês Pierre Bordieu no conceito de “Habitus”, existem pilares de interação que se complementam a formar uma pessoa. Sendo assim, a influência da publicidade, aliada ao incentivo do consumismo e ausência paternal, afetam os comportamentos financeiros das crianças e dos adolescentes. Nessa perspectiva, direitos assegurados pelo ECA (Estatuto da criança e do adolescente) são violados, no que refere-se a educação financeira a longo prazo, o indivíduo pode sem orientação e sobre estas influências não desenvolver habilidades básicas e fundamentais sobre controle de gastos, organização das suas metas monetárias e ao chegar a vida adulta, enfrentará sérios transtornos que poderiam ser evitados.
Diante deste escopo, faz-se fundamental que o Ministério da Justiça cumpra com suas faculdades, redigido uma regulamentação que adapte as publicidades infantis a não prejudicar o desenvolvimento da criança, por meio de consultas profissionais em avaliação do conteúdo da publicidade antes que ela entre no ar, desta forma, readaptando-a a indústria cultural, a fim de garantir os direitos e o desenvolvimento dos pequenos. Além disso, o Ministério da Educação deve adicionar às grades curriculares o ensino de educação financeira para que desde cedo os indivíduos tenham o entendimento básico e meios para se defender do assédio do mercado publicitário.