TEMA: Os perigos do consumo excessivo de açúcar
"Uma sociedade responsiva é aquela em que os padrões morais atendem as necessidades básicas de todos os seus membros". Essa fala do sociólogo alemão Amitai Etzioni é um contraponto da realidade contemporânea, pois os atuais padrões alimentÃcios são carregados de valores meramente calóricos e não nutritivos, como no caso do açúcar, o qual, devido ao seu excesso de consumo, gera perigos à saúde da população brasileira. Nesse contexto, destacam-se a história do Brasil, bem como a negligência do Estado como impulsionadores desse revés. Sendo assim, urgem medidas para transformar a realidade vigente.
Em primeira análise, faz-se necessário destacar o passado colonial como fator impulsionador do alto consumo de açúcar no território nacional. O Brasil, em sua colonização, foi um grande produtor de açúcar, fornecendo esse produto em grande quantidade para nações europeias, principalmente. Hoje, apesar de esse produto não ser mais o carro chefe das exportações, o legado colonial de alta disponibilidade de açúcar ainda é presente, tanto é que doces brasileiros são conhecidos por seu sabor excessivamente doce, o contrário dos tÃpicos doces de outros paises, um exemplo é a rapadura, a qual é feita do cozimento do caldo da cana de açúcar, planta rica em sacarose, insumo para produção de açucar. Com isso, fica evidente que o legado histório nacional é grande responsável pelos hábitos alimentares com alto teor de doçura.
Ademais, cabe ressaltar negligência estatal em combater o fomento do consumo de alimentos industrializados altamente açucarados. O filósofo alemão Theodor Adorno propõe a existência de uma "industria cultural", a qual cultiva necessidades e cria padrões de consumo que podem ser saciados com produtos oriundos do capitalismo. Nesse contexto, a mÃdia tem papel fomentador de hábitos e fomentador de culturas de massa. Nesse viés, a população é exposta diariamente e em todos os momentos de seu dia a propagandas que incentivam o consumo de alimentos ricos em calorias advindas de adoçantes, os quais, quando consumidos de forma exagerada, potencializam o surgimento de doenças como diabetes, obesidade e o surgimento de cáries. Sendo assim, é clara a falha governamental em coibir o incentivo ao consumo desses produtos vilões no surgimento de doenças crônicas.
Portanto, medidas são necessárias para sanar a problemática dos perigos do excessivo consumo de açúcar no contexto nacional. Logo, o Ministério da Saúde - como orgão responsável por assuntos relacionados a saúde pública nacional - deve determinar valores limites de açúcares e adoçantes em produtos industrializados, por meio da implantação de regras pela ANVISA(Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), a fim de reduzir o consumo de açúcar no paÃs. Paralelamente, é válido proibir a utilização de canais midiáticos para promover o consumo de alimentos altamente calóricos, como refrigerantes e biscoitos, objetivando combater a formação de maus hábitos alimentares. Assim, dar-se-á uma sociedade aos moldes de Etzioni.