A série “Grey’s Antomy”, produzida pela ABC, apresenta casos médicos que necessitam do avanço científico para resolverem as enfermidades dos pacientes, revelando a essencialidade da ciência na vida das pessoas. Nesse sentido, a obra ficcional coopera com a realidade, tendo em vista o desenvolvimento social causado pelo âmbito científico. Contudo, o Brasil convive com falhas perturbadoras da fluidez científica, pois, o desalinhamento entre Estado e ciência e o alto custo de produtos tecnológicos são influenciadores de tal problema.
A princípio, o Estado deve apoiar e incentivar o crescimento da ciência do país, no entanto, atos negacionistas do governo colaboram com o retrocesso científico, a exemplo da recusa por vacinas. Sob esse assunto, o sociólogo francês Émile Durkheim aborda, no livro “O Suicídio”, que a falta de coesão entre instituições da sociedade causa uma anomalia coletiva, gerando danos para o coletivo. Destarte, a incompatibilidade entre Estado e ciência desfavorece o avanço social, já que o Poder Executivo estimula o caminho contrário de estudos e pesquisas. Sendo assim, a ciência brasileira é fragilizada e excluída por cidadãos negacionistas, trazendo malefícios para a estrutura cidadã.
Outrossim, a produção de itens de alto custo no âmbito científico favorece à elitização e burocratização do acesso a tais tecnologias. Nesse parâmetro, relembra-se o contexto histórico das Grandes Navegações, onde as especiarias inéditas eram limitadas às classes do alto patamar, servindo de analogia às novidades científicas. Por conseguinte, a ciência continua avançando, mas a população permanece desconexa desse mundo povoado pelas elites, prejudicando a existência de uma qualidade de vida equitativa. Então, a ínfima universalização dos bens da ciência gera uma segregação social, obtendo uma reclusão de benefícios para os denotadores de altas finanças.
Portanto, faz-se imprescindível a tomada de ações acerca da problemática abordada, objetivando a ampliação da ciência e a convergência entre estudiosos e Estado. Posto isso, cabe ao Ministério das Comunicações, em parceria com o Ministério da Fazenda, realizar um Plano Nacional (PN) de democratização científica. Tal Plano ocorrerá por meio da divulgação de teses científicas em uma linguagem popular, durante horários da televisão aberta, além de diminuir impostos sobre bens providos de tecnologia científica. Em sequência, o projeto aproximará a população da tecnologia e ensinará a ciência para todos. Em suma, a prática do PN garantirá um país harmônico e próximo da série “Grey’s Anatomy”.