O filme estadunidense “Cadete Kelly” conta a história de uma protagonista que tem dificuldade de acostumar e respeitar os agentes da escola militar em que estuda, já que era a única opção que tinha na região em que morava. Fora da ficção, o Brasil também conta com várias escolas cívicas militares, e cabe analisar de que forma o bom desempenho dos alunos em avaliações nacionais e os desafios da censura e falta de investimentos coadunam-se na formação dos estudantes. Sob esse viés, é válido postular o desenvolvimento acadêmico como perspectiva desse contexto. Isso porque a média nacional dos alunos de escolas militares são maiores, já que eles se destacam no Índice de Desenvolvimento da Escola Básica(Ides). Nesse sentido, as regras rígidas que avaliam, além do conhecimento, mas também o comportamento individual contribuem para esse cenário positivo. Além disso, as escolas cívico militares contam com uma gestão compartilhada que participa de maneira colaborativa com a administração e didática pedagógica do colégio. Dessa maneira, a gerencia por militares e pedagogos faz com que a educação desses educandários seja mais desenvolvida e traga melhores resultados para o país. Entretanto, apesar dos pontos positivos, é imperativo pontuar os desafios que agravam o entrave. Nessa óptica, nota-se que a disparidade nas condições das escolas cívico militares se encontra na ausência de formação de cidadãos críticos, uma vez que várias temáticas como feminismo, homofobia e racismo não são discutidas. Acerca disso, alude-se ao pensamento do educador Paulo Freire, o qual critica o atual ensino brasileiro por basear em conteúdos temáticos e mecanizados, os quais inviabilizam a formação de seres pensantes e comentaristas. Ademais, a falta de infraestrutura e de profissionais não preparados corroboram para a intensificação da problemática, haja vista que para se tornarem cívico militares, as escolas públicas deveriam contar com um melhor investimento na estrutura e na aquisição de materiais. Dessa forma, quando somados os entraves, a dificuldade em tornar a escola um ambiente formador de alunos mais humanos e críticos fica cada vez mais complexo. Infere-se ao exposto, portanto, que medidas devem ser tomadas para que as importâncias superem os desafios. Sendo assim, é fulcral que o Ministério da Educação invista na infraestrutura de escolas públicas para se tornarem militares, a exemplo da construção de ambientes mais humanitários e na aquisição de materiais e professores que formem indivíduos críticos, por intermédio de verbas destinadas à essa esfera, a fim de que a média nacional dos estudantes permaneça nessas escolas. Ademais, cabe a mídia tecnológica inserir em sua grade televisiva-digital as vantagens de matricular os filhos nessas escolas. Feito isso, as dificuldades enfrentadas nesses locais, assim como protagonista do filme, seriam minimizadas.