No filme “Um Olhar do Paraíso” Susie, a protagonista, estava voltando da escola quando foi abordada, abusada sexualmente e assassinada por George, seu vizinho. Por conseguinte, a polícia demorou muito tempo para achar o culpado pois não desconfiava do assassino por ele ser próximo da família. Fora da ficção, assim como na obra, o abuso sexual infantil é um problema recorrente na sociedade brasileira, tendo em vista que a maioria dos casos costumam ocorrer entre familiares ou envolvendo pessoas próximas, dificultando assim a solução do problema. Além disso, a falta de informação nas escolas contribui para que a criança não saiba de imediato o que está acontecendo e identifique o abuso. Diante desse cenário, sabe-se que o abuso sexual envolvendo a família da vítima ou pessoas próximos acaba passando despercebido e impune por acharem que esse tipo de episódio só é praticado por pessoas distantes. Embora a Constituição Federal, documento de maior valor jurídico do país, assegure que a proteção da criança deve ser dada pelo Estado em parceria com a família, a partir do momento em que o assédio ocorre ao menor esse tem seus direitos usurpados. Dessa maneira, a família que deveria garantir a segurança não cumpre seu papel e justamente por ser a responsável por esse direito quando o crime é praticado por alguém próximo acaba sendo desacreditado e não penalizado, pois se tem a falsa concepção de que somente pessoas ruins e desconhecidas seriam capazes de cometer o delito de violação sexual infantil. Ademais, a falta de informação e o tabu que se tem em torno do tema, que poderia ser esclarecido no ambiente escolar, dificulta a identificação do crime pela criança. Tendo em vista que a escola é essencial e na transmissão de conhecimento, se a educação sexual fosse implantada na grade curricular crimes como esse seriam punidos e evitados, pois assim como é exposto em “Um Olhar do Paraíso”, em que Susie poderia ter sido salva se as outras crianças que foram abusadas tivessem noção do que aconteceu e denunciassem George. Porém, o receio que se tem de falar sobre o tema ainda é presente na sociedade, similarmente ao filme, e acaba contribuindo para que existam cada dia mais vítimas infantis que não tenham noção que sofrem abuso sexual, ocasionando problemas como insegurança, ansiedade e medo no futuro. Portanto, é evidente que medidas precisam ser tomadas para sanar o abuso sexual infantil, que é um problema recorrente na sociedade. Por isso, o Ministério da Educação deve implantar na grade curricular a matéria de educação sexual, por meio das escolas, instituição de contato direto com as crianças e importante formadora de opiniões, com a finalidade de promover o conhecimento sobre o seu próprio corpo para que desde cedo se saiba identificar situações de assédio que possam ocorrer. Além disso, o Conselho Tutelar deve realizar visitas frequentes em residências para fiscalizar e punir situações de abuso que podem estar ocorrendo dentro da família e garantir a segurança da criança como sugere a Constituição Federal.