A Lei da Inércia, de Isaac Newton, afirma que um corpo tende a permanecer parado sem que uma força externa atue sobre ele. De modo análogo à Física, é perceptível a continuação da violência contra a mulher na contemporaneidade brasileira. Dessa forma, analisa-se um cenário desafiador, em virtude da insuficiência legislativa, como também da má influência midiática.
Deve-se pontuar, a princípio, que a insuficiência legislativa é um fator influente na problemática. De acordo com a Lei Maria da Penha, a violência contra a mulher é crime e há órgãos especializados para julgá-los. Contudo, essa lei não tem sido suficiente, pois dados do Conselho Nacional de Justição revelam mais de 60% dos casos de violência contra mulher não são julgados, além do aumento significativo do número de feminicídios na sociedade brasileira.
Além disso, ressalta-se que a má influência que a mídia exerce sobre a temática é um fator que dificulta a resolução do problema. Seguindo o pensamento de Bordieu, aquilo criado para ser instrumento de democracia tem-se tornado mecanismo de opressão. Sob esse viés, observa-se que a mídia naturaliza a violência, reforça esteriótipos de agressor e não promove debates que aumentam a informação da população brasileira acerca da persistência da violência contra a mulher.
É indubitável que, de modo urgente, medidas sejam tomadas para que a violência contra a mulher não faça mais parte da realidade brasileira. Assim, órgãos especializados em violência contra mulher, em parceria com mídias de grande acesso mobilizem a população, por meio de debates, palestras e vídeos, a fim de informar o corpo social brasileiro sobre a importância da fiscalização na aplicação das leis no Brasil. Com essas medidas, espera-se promover uma melhoria quanto à persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.