O filósofo inglês Thomás More , em sua obra “Utopia”, retrata a história de uma civilização perfeita e harmônica, a qual é marcada pela ausência de mazelas sociais . Hodiernamente, fora da ficção ,o Brasil destoa do enredo supracitado , uma vez que o desconhecimento acerca da educação monetária no país é um empecilho a ser superado. Dessa maneira , é imperioso ressaltar os fatores que contribuem com esse cenário negativo , dando destaque a omissão estatal e ao papel passivo das redes sociais.
Em primeiro lugar, é crucial destacar, a princípio, que a negligência governamental agrava os efeitos nocivos dessa problemática . Nesse viés, o artigo 6 da Constituição Federal de 1988, determina como direito fundamental de todo cidadão brasileiro o acesso à educação de qualidade. No entanto, o poder público rompe com essa teoria , haja vista que não há investimentos estatais suficientes nessa área.Nessa lógica , tal fato é perceptível seja pela escassez de políticas públicas que visem conscientizar o corpo social sobre a importância da educação financeira , seja pela ausência de leis que torne obrigatória a inclusão desse assunto na grade escolar atual. Dessa forma ,faz-se necessária uma mudança na postura das esferas administrativas, cumprindo com os direitos que foram propostos á população tupiniquim.
Ademais , outro fator que fortalece a manutenção desse revés, nos moldes predominantes no Brasil , é o papel passivo das redes sociais. Posto isso , é lícito referenciar a obra “O Filtro Invisível “ , do escritor Eli Pariser, o qual retrata a capacidade das redes sociais em influenciar e compartilhar informações com seus usuários . Sob essa perspectiva , pode-se afirmar que a ausência de publicações nos mecanismos digitais sobre a importância da educação monetária , contribui com o desconhecimento e a situação de endividamento que assola grande parte da nação verde-amarela. Logo , é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Portanto, torna-se indiscutível a criação de medidas capazes de mitigar a continuidade desse óbice.Diante disso , o Poder Executivo-poder que tem como função governar o povo e defender os interesses públicos - deve desenvolver campanhas publicitárias nos veículos de comunicação em massa , como a internet e a televisão , além de promover a obrigatoriedade da educação financeira nos primórdios educacionais , por meio de parcerias com economistas renomados e com o Ministério da Economia , a fim de conscientizar os cidadãos brasileiros sobre a importância de administrar suas finanças de maneira segura e a evitar o desenvolvimento de possíveis crises econômicas. Somente assim , o cenário idealizado por More poderá ser concretizado.