A Constituição Federal de 1988, documento jurídico mais importante do pais, prevê, a segurança como direito comum a todos os cidadãos. No entanto, no cenário brasileiro atual, observa-se justamente o contrário, pois é notório que há desafios para combater a perseguição digital no Brasil, dificultando a universalização desse direito social tão importante. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro.
Em primeiro plano, deve-se ressaltar a omissão governamental com os casos de "stalking" no Brasil, o que ocorre regularmente e a é naturalizado. Essa conjuntura, segundo o filósofo John Locke, configura-se como a violação do "contrato social", já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem dos direitos básicos, como a segurança.
Ademais, é fundamental apontar a exposição exacerbada da vida pessoal nas redes sociais como impulsionadora da perseguição digital no Brasil. A série norte-americana "You" veiculada na Netflix, retrata a história de Joe, um stalker, que desenvolve um interesse obsessivo por uma mulher, observando-a na internet e a perseguindo, fazendo ameaças. De forma análoga à ficção, esse cenário de perseguição mostra-se alastrado na conjuntura contemporânea brasileira. Logo, é inadimissível que esse cenário continue a perdurar.
Depreende-se, portanto, a necessidade de combater esses obstáculos. Para isso, é indispensável que o Ministério da Educação- órgão responsável por melhorar a qualidade do sistema educacional brasileiro- por intermédio de palestras educativas e de campanhas publicitárias, alertem sobre o perigo da superexposição nas redes sociais e orientem a fazer postagens conscientes, a fim de conscientizar a população e evitar possíveis casos de "stalking". Assim, se consolidará uma sociedade mais segura, na qual o Estado desempenha corretamente seu "contrato social", tal como afirma John Locke.