Na alegoria da caverna, o filósofo Platão faz menção que a escuridão existente naquele ambiente se assemelha aos homens que persistem de olhos fechados diante da luz do saber. Inferindo esse conhecimento na hodiernidade, é possível observar que, tanto o corpo social, quanto o Estado, persistem no obscurantismo no que concerne o esporte na promoção da inclusão social.
De primazia, vale salientar que a carência informacional do corpo social no que tange o esporte na promoção da inclusão social. Segundo o ativista Nelson Mandela, o esporte tem o poder de mover as bases do mundo. Em exemplo, pode ser mencionado o atleta paralímpico Daniel Dias, em que se tornou o maior medalhista do território brasileiro mesmo portando deficiência física, entretanto, mesmo com tantos prestígios devido a sua superação e resiliência, o atleta não é prestigiado de forma popular pelos próprios brasileiros devido a desinformação, seja devido a falta de patrocínio - Estado ou empresas privadas- ou ao desinteresse em buscar e prestigiar indivíduos que alcançaram uma posição no corpo social.
Em subsequência, é imprescindível não ressaltar a incipiência do Estado na efetivação de suas leis inclusivas no que refere-se ao esporte na promoção da inclusão social. Nesse contexto, é notório observar as intensas desigualdades, seja socioeconômica ou socioeducacional, que inibem a ascensão e inclusão das classes marginalizadas no Brasil. De acordo com o sociólogo Edgar Morin, o Estado tem por dever a manutenção e assistência de seu corpo social, contudo, isso não é efetuado no Brasil. Sendo assim, com a ineficácia de políticas públicas, é exacerbada a gentrificação esportiva social no Brasil, no qual as grandes elites obtêm o prestígio de praticar e absorver novos conhecimentos, enquanto classes desfavorecidas permeiam no obscurantismo.
Em virtude ao supracitado, ações contundentes não devem ser prorrogadas. Logo, o Tribunal de Contas da União, deve, em análise no que refere-se ao esporte e sua promoção de inclusão social, direcionar capital para a Secretaria da Cultura que em parceria com os setores privados, irá reverter em medidas socioeducativas - promoção de esportes inclusivos para todas as idades e necessidades, palestras, feiras de exposição esportivas- em centros educacionais e centros público, no fito de erradicar a segregação e exclusão das classes menos favorecidas. Sendo assim, o Brasil se encaminhará para uma nação justa, igualitária e inclusiva.