Historicamente, o Brasil conta com um ideário patriarcal que coloca a figura feminina em papéissecundários socialmente. Esta tendência se arrastou à contemporaneidade e se torna presente nas maisdistintas esferas brasileiras, evidenciando-se a necessidade do fortalecimento do reconhecimentofeminino. O livro “Sejamos todos feministas”, da autora Chimamanda Ngozi, teoriza, de forma sucinta, oque é ser feminista e os desafios da mulher no século XXI, levando à conclusão do papel essencial daresistência contida no movimento como um caminho à valorização da mulher. Assim, a luta feminista sefaz vital à medida que casos de subestimo e rebaixamento atingem as brasileiras diariamente,solicitando medidas educativas que intervenham no panorama. Primeiramente, faz-se importante ressaltar a popularização da mulher como um ser frágil, dependentede figuras masculinas, fato que se desencontra com um dos maiores símbolos brasileiros: a mãe solo. Aobra-diário de Carolina Maria de Jesus, “Quarto de Despejo”, mostra de forma ácida e cruel a força deuma mulher – que luta recolhendo papelão na cidade de São Paulo para sustentar seus filhos – e suaplena capacidade de tornar-se dona de seu destino, sem necessitar de figuras do sexo oposto. Fora doâmbito literário, figuras maternas representam um dos maiores símbolos da pátria quanto à suaresistência, contradizendo o ideário criado em torno da figura indefesa e solícita nos livros e estórias(contos de fadas, entre outros) acessados por alunos das escolas brasileiras, evidenciando-se anecessidade da inserção da valorização feminina no interior destes ambientes. Além disso, figuras femininas provenientes do país tropical tendem a ser vulgarizadas e terem seussucessos escorados em motivos adversos, como uma tentativa de reprimir seu sucesso. Como um dosexemplos mais recentes, as redes sociais se inundaram entre os anos de 2019 e 2020 com os “singles”de Luisa Sonza, cantora de pop e funk. Luisa se tornou famosa mundialmente pela sua arte e seucarisma, porém, desde o início da carreira, ataques machistas colocavam seu sucesso às custas de seumarido, Whindersson Nunes, um comediante com milhões de inscritos no Youtube. Assim sendo,observa-se o subestimo da sociedade quanto ao poder contido em uma mulher, ocasionando situaçõesque evidenciam a falta de aceitação quanto à autonomia da mulher e sua desvalorização perante a umentorno preconceituoso e intolerante. Portanto, para que a influência do movimento feminista possa se perpetuar na sociedade, cabe aoMinistério da Educação, em parceria com o Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos, aimplementação da temática de valorização feminina no meio escolar por meio inserção de pautas dediscussão, aulas especializadas em obras de autoria de mulheres e palestras sobre a importância datemática. Isso feito, estimula-se o senso crítico infanto-juvenil para que se crie caminhos para arealização do título do livro de Chimamanda Ngozi Adichie.