Tema: Alternativas para reduzir o lixo eletrônico no Brasil
A Constituição Federal de 1988 - documento da liberdade, dignidade e justiça social no Brasil - assegura que todos os indivíduos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Entretanto, o aumento da produção do lixo eletrônico, motivado pelo advento da nanotecnologia, evidencia que os brasileiros estão distantes de viver a realidade idealizada pela Carta Magna. Com efeito, para mitigar os impactos desses resíduos, há de se aumentar a durabilidade dos produtos, bem como ampliar as políticas públicas de manejo do e-lixo.
Em primeiro plano, evidencia-se a necessidade de desconstruir a lógica capitalista de produção. A esse respeito, o conceito de obsolescência programada - nascido após a crise de 29 - representa a atitude deliberada de criar dispositivos que se tornem irrelevantes em pouco tempo. Em teoria, essa manobra move a economia, mas, em contrapartida, o curto tempo de vida útil dos aparelhos motiva o seu descarte precoce e é um dos responsáveis pelo aumento do lixo eletrônico no país. Dessa forma, é incoerente que a tecnologia evolua para se tornar cada vez mais frágil e poluente.
Além disso, devem-se criar estratégias para diminuir o descarte irresponsável. Nesse sentido, o pensador Norberto Bobbio afirmava que “os órgãos públicos se mostram incapazes de fazer frente às demandas da população ou por ele provocadas”. Ocorre que a falta de políticas públicas eficientes, como a criação de pontos de coleta adequados e específicos para o e-lixo, motiva os indivíduos a descartar de forma indevida e evidencia que essa não é uma pauta prioritária para o Governo Brasileiro. Assim, o descaso governamental inviabiliza a construção de uma sociedade consciente e ecologicamente responsável.
Infere-se, portanto, que medidas interventivas são necessárias. Desse modo, as escolas - responsáveis pela reformulação da mentalidade social - devem estimular o senso crítico dos alunos acerca da obsolescência programada, por meio de oficinas pedagógicas e ações comunitárias. Os indivíduos, por sua vez, devem cobrar dos órgãos públicos uma gestão mais eficiente do e-lixo. Essas iniciativas teriam como finalidade reduzir o lixo eletrônico no Brasil, garantir o cumprimento dos direitos constitucionais e construir uma nação limpa, ecológica e, de fato, sustentável.