TEMA: O DESAPARECIMENTO DE PESSOAS NO BRASIL.
Promulgada em 1988, a Constituição Federal garante a todos os indivíduos o direito à segurança. No entanto, este não é usufruído de forma igualitária por toda a população, posto que, no Brasil, o desaparecimento de pessoas é um problema real. Isto acontece devido, principalmente, ao silenciamento midiático e ao descaso governamental.
Diante desse cenário, vale salientar que o silenciamento da mídia contribui para a complexidade do problema. Nesse sentido, a filósofa Djamila Ribeiro explica que é preciso tirar uma situação da invisibilidade para que soluções sejam promovidas. Entretanto, percebe-se uma lacuna em torno de discussões e debates dentro dos veículos de comunicação, já que pouco abordam as causas e consequências do tema e dificilmente expõem os desafios que as famílias desses desaparecidos enfrentam após o sumiço de entes tão queridos e especiais, o que, dessa maneira, mantém o tema oculto, diminui a probabilidade do governo tomar as devidas providências e colabora com sua persistência.
Ademais, a negligência governamental também configura-se como uma causa latente do problema. Sob essa lógica, segundo o filósofo John Locke, os indivíduos confiam suas necessidades no Estado, que, em contrapartida deve - ou deveria - garantir direitos básicos a população, tal como o supracitado. Contudo, acontece que a ideia de Locke está distante da realidade, pois é nítido a falta de responsabilidade e cuidado do Poder Público para com essa parcela de pessoas que somem todos os dias e com seus familiares, visto que, de acordo com o Fórum de Segurança, a cada hora, 8 pessoas desaparecem no Brasil. Além disso, o governo também não investe em alternativas que visem a redução de dados como o citado anteriormente. Sendo assim, é evidente que essa falha governamental dificulta a resolução da problemática.
Portanto, faz-se necessário tomar iniciativas para minimizar o impasse. Logo, a Mídia - principal veículo de comunicação e grande influência na formação de pensamentos, deve trabalhar na disseminação de informações sobre a gravidade do tema, por meio de discussões, debates e entrevistas com os familiares dessas vítimas, a fim de quebrar o silêncio e dar visibilidade ao problema. O governo deve também instalar câmeras por toda a cidade e começar a dar mais atenção para esse grupo de pessoas. Dessa forma, será possível assegurar o direito estabelecido pela Constituição de 1988.