A educação básica sempre foi o maior pilar para o desenvolvimento de um país. No entanto, a frase atemporal do educador e historiador Darcy Ribeiro, afirma: “A crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto”. Isto posto, torna-se evidente o papel do Estado frente ao sucateamento do sistema educacional, visto que a falta de investimentos adequados e a manutenção de um método de ensino ultrapassado acabam culminando na formação de analfabetos funcionais.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a ampliação do orçamento não ocorreu de maneira proporcional ao aumento da demanda propiciado pela universalização do ensino. Nesse viés, o atual investimento por estudante é apenas um quarto do que gastam as nações mais desenvolvidas do mundo, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), embora o Brasil ocupe a sétima posição na economia mundial. Desse modo, a insuficiência de recursos passou a acarretar não só a precarização da estrutura física das instituições de ensino público, mas também a qualidade e a forma com que o conhecimento é repassado aos alunos.
Outrossim, a aplicação de métodos descontextualizados de ensino da leitura e escrita corroboram para uma aprendizagem menos aprofundada. Nesse cenário, a Política Nacional de Alfabetização (PNA), caracteriza a principal aposta do Ministério da Educação (MEC) para a evolução do ensino-aprendizagem vigente, entretanto, a metodologia com que o documento simpatiza, nada tem de nova ou revolucionária, sendo conhecida como método fônico. Com efeito, os indivíduos são bombardeados pelo ensino do código gramatical através dos sons, enquanto não conseguem entender o contexto social do que é dito ou sua importância para a compreensão do mundo exterior.
Portanto, é possível observar os inúmeros desafios relacionados à educação básica no Brasil e a necessidade de superá-los. Dessa forma, é primordial que o Governo Federal em parceria com o MEC, amplie a destinação de recursos as escolas públicas e a pesquisas de maneiras mais eficientes de alfabetização, por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR) que visa a assistência técnica e financeira, tendo como objetivo promover a qualidade educacional de base em todo o território nacional. Assim, a constatação de Darcy se manterá verídica apenas no pretérito.