TEMA: Atrair jovens para exercer a docência
A Constituição Federal de 1988, documento jurídico mais importante do país, prevê, em seu 6° artigo, o direito à educação como inerente a todo cidadão. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase, principalmente, quando se observa a atração dos jovens em exercer a docência, dificultando, desse modo, a universalização desse direito social tão importante. Dessa forma, verifica-se um cenário desafiador, seja em virtude da ausência de medidas governamentais, seja pela má influência midiática.
Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a carência de medidas governamentais para gerar a atração dos jovens em exercer a docência. Nesse sentido, tal impasse permeia-se na sociedade, culminando em uma série de adversidades, uma vez que há uma educação precária na maioria das escolas públicas brasileiras, corroborando no desinteresse dos jovens em praticarem Pedagogia ou Licenciaturas. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo contratualista John Locke, configura-se como a violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como a educação, o que é evidente no país.
Ademais, é fundamental apontar a mídia como impulsionadora na falta de interesses dos adolescentes em cursarem a docência. De acordo com o sociólogo francês Pierre Bourdieu, o que foi criado como instrumento de democracia não deve ser convertido em mecanismo de opressão. Entretanto, os meios de comunicação inviabilizam a promoção das transformações positivas da educação em uma sociedade. Logo, é inadmissível que esse panorama continue a perdurar.
Depreende-se, portanto, a necessidade de medidas para se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Educação (MEC), como órgão responsável pela promoção e administração da educação no país, insira na grade escolar brasileira a importância da docência no Brasil. Essa ação pode ser feita por meio da inclusão desse assunto nas aulas extracurriculares, a fim de instruir os jovens sobre a temática e formar cidadãos conscientes. Assim, se consolidará uma sociedade mais informada, na qual o Estado desempenha corretamente seu “contrato social”, tal como afirma John Locke.