Desafios para a inclusão de surdos na educação brasileira
No século XVIII, Ludwig van Beethoven - compositor alemão clássico que revolucionou a história da música - desenvolveu a surdez, o que prejudicou diversos aspectos de sua vida. De maneira análoga à situação do artista, grande parcela dos brasileiros que possuem deficiência auditiva enfrentam dificuldades sociais, como a escassez de inclusão no ensino. Consequentemente, a solução do problema passa pela desconstrução da negligência social e governamental.
Em uma primeira análise, a indiferença da sociedade dá lugar à marginalização de surdos. Sob tal ótica, Simone de Beauvoir - escritora e filósofa francesa - desenvolveu o conceito de Invisibilidade Social, segundo a qual alguns grupos são, lamentavelmente, ignorados e ficam vulneráveis à exclusão social. Nesse sentido, a falta de estruturas que amparam deficientes auditivos nas instituições de ensino denuncia como a população surda sofre na prática a tese proposta por Simone, ficando assim, socialmente invisíveis. Dessa forma, não há como buscar o desenvolvimento do país enquanto a sociedade negliegenciar a inclusão de grupos desfavorecidos.
De outra parte, a omissão do Estado se configura como um catalizador do problema. Nesse viés, a Constituição Cidadã de 1988 - documento de maior hierarquia nacional - define a educação e a integridade social como valores supremos de uma nação fraterna e justa. Entretanto, a escassez de recursos que garantam a inclusão de deficientes auditivos no ensino demonstra a incapacidade governamental em providenciar esses benefícios constitucionais, o que é uma grave mazela social. Assim, enquanto a eficiência do Estado for a excessão, a injustiça será a regra para surdos.
Portanto, é essencial que medidas que garantam o acesso de deficientes auditivos na educação sejam implementadas. Para isso, cabe ao Ministério da Educação incentivar a inclusão de surdos nas instituições de ensino, por meio da promoção de salas de aulas específicas para esse grupo, tuteladas por professores capazes de ensinarem pela linguagem de sinais. Toda escola e universidade teria classes nesse formato, e esse projeto poderia se chamar "Inclusão para todos". Apenas assim, a população brasileira experimentará a igualdade na educação.