As religiões cristã e budista, que propagam aos seus adeptos ideais de servidão e voluntariado, exercem um papel fundamental na formação cultural e nas relações sociais dos indivíduos que as seguem. Apesar disso, em um contexto além do religioso, ideias difundidas por essas instituições, como a prática de ações genuínas, não são realizadas pela sociedade brasileira, que de forma insuficiente, realiza trabalhos voluntários. Desse modo, infere-se que o voluntariado não é praticado de forma significativa no Brasil, e isso se comprova tanto pela falta de incentivo da sociedade, quanto pelos problemas econômicos do país.
Nesse sentido, cabe ressaltar, primeiramente, como o desincentivo do corpo social brasieiro às práticas voluntárias comprova a sua ineficiência. Decerto, conforme o conceito de "modernidade líquida", de Zygmunt Bauman, as relações sociais contemporâneas têm se tornado cada vez mais distantes e insentas de conexões. Sendo assim, com a insensibilidade e a escassa empatia da população, o "olhar ao próximo" é colocado sob o individualismo que afasta as pessoas da vontade de servir aos necessitados. Desse modo, práticas como conceder auxílio e gentilezas não são incentivadas pela sociedade, que não se dispõe a realizar trabalhos voluntários.
Além disso, é relevante abordar como os desafios econômicos do Brasil influenciam no voluntariado pouco significativo dos indivíduos do país. De fato, durante a pandemia da Covid-19, várias redes "online" de doações financeiras ganharam mais popularidade, como a "Voaa" e a "Vakinha online". Apesar disso, muitos usuários da internet comovidos com as realidades apresentadas nas plataformas não se sentiram capazes de contribuir com sua ajuda, devido à inexistência de condição monetária suficiente. Sendo assim, a inflação, o desemprego e a desigual distribuição de renda dificultam que os cidadãos brasileiros estejam aptos a realizar trabalhos voluntários.
Diante dos fatos destacados, infere-se que o voluntariado brasileiro ocorre de forma não muito significativa e, portanto, para modificar esse cenário, são necessárias medidas. Desse modo, é imprescindível que a própria sociedade se comprometa a abrir mão de seu individualismo, por meio da adoção de práticas voluntárias, a fim de promover o bem-estar de todo o corpo social. Além disso, é de responsabilidade do Ministério do Trabalho promover políticas públicas que geram a aquisição de renda dos cidadãos, por intermédio da oferta justa de empregos, de modo que reduza as discrepâncias socioeconômicas que existem devido à concentração monetária. Desse modo, o trabalho voluntário sugerido por algumas religiões será prgressivamente mais frequente no Brasil.