Tema: Desafios da cultura de cancelamento
Comportamento de manada. O “Código de Hamurábi”, criado pelos babilônios, penalizava a sociedade da época baseado no princípio “olho por olho, dente por dente”. Na contemporaneidade, tal pensamento ainda se faz presente, porém agora no ambiente virtual, em que pessoas são canceladas e “linchadas” virtualmente, por atos e comportamentos julgados, de forma precipitada, como inadequados. Dessa forma, a cultura do cancelamento contribui com um ambiente hostil nas redes, chegando ao ponto de induzir pessoas até mesmo ao suicídio. Primeiramente, cabe pontuar que a maioria dos cancelamentos são causados por uma análise precipitada do assunto. Segundo uma pesquisa do “G1”, 60% das pessoas entrevistadas já tinham cancelado alguém baseado em relatos de amigos ou postagens. Isso prova uma agressão sem nenhum conhecimento concreto do fato, uma vez que apenas copia uma opinião alheia sem ao menos uma investigação básica. Nesse viés, a sociedade altamente conectada demonstra atitudes irracionais, como um comportamento de manada, o qual distancia a ideia de um uso consciente da internet. Ademais, é importante destacar que tal “linchamento”, típico da cultura do cancelamento, afeta a saúde mental dos cancelados, que acima de tudo possuem uma vida particular fora das redes. Na série americana “The End”, a irmã da protagonista decide cometer suicídio após ataque em suas redes sociais, a qual foi taxada, de forma enganosa, como gordofóbica. Nesse sentido, torna-se claro a necessidade de um uso responsável das redes, pois o ambiente virtual também é palco de um clima agressivo, tóxico e pouco saudável. À vista dos fatos analisados, é preciso que o MEC ofereça palestras aos alunos, como atividades extracurriculares, de forma virtual, por meio de plataformas digitais – “facebook”, “Instagram” e “twiter” - a fim de conscientizar sobre o uso da internet e os riscos do cancelamento. Atividades oferecidas aos sábados para alunos do ensino fundamental e médio, tanto de escolas públicas, quanto de escolas privadas. Espera-se, com isso, formar indivíduos críticos quanto ao uso de redes sociais, e assim, romper com o Código de Hamurábi vivido atualmente na esfera virtual.