Alternativas para reduzir o lixo eletrônico no Brasil.
A nanotecnologia- inteligência digital popularizada no final do século XX- possibilitou o desenvolvimento de aparelhos eletrônicos de dimensões cada vez menores. Todavia, ao passo que o tamanho dos dispositivos diminui, um grave problema cresce com frequência: o lixo eletrônico. Com efeito, para mitigar os impactos desses resíduos, há de se aumentar a durabilidade dos "gadgets", bem como ampliar politicas públicas de manejo do e-lixo.
Diante desse cenário, o curto tempo de vida útil dos aparelhos motiva o seu descarte precoce. A esse respeito, o conteúdo de obsolescência programada-nascido após a Crise de 29- representa atitude deliberada de criar dispositivos que se tornem irrelevantes em pouco tempo. Em teoria, essa manobra move a economia, mas, em contrapartida, manifesta uma das mais cruéis consequências para o planeta: o lixo eletrônico. Inclusive, é incoerente que a tecnologia evolua para se tornar cada vez mais frágil, poluente e desumana. Assim, enquanto a ambição pelo lucro for a regra, o Brasil continuará sendo o país que mais produz e-lixo na América Latina, tal como a ONU denunciou em 2019.
Além disso, os dispositivos eletrônicos, a exemplo dos celulares, possuem pequenos capacitores com conteúdo poluente, como o mercúrio. Esse composto tóxico, se administrado de forma improvisada, pode se misturar ao solo e a água dos rios, o que pode provocar a bioacumulação- fenômeno no qual substâncias químicas são assimilidas pelo organismo. Nesse sentido, a poluição causada pelo descarte irresponsável de aparelhos tecnológicos representa grave problema de saúde pública, e, embora o e-lixo prejudique a qualidade de vida da população, ainda são insuficientes as políticas públicas de gestão desses resíduos.
Portanto, as escolas devem por meio de oficinas pedagógicas e de ações comunitárias, problematizar o curto tempo de vida útil dos "gadgets" e estimular o senso crítico dos alunos acerca da obsolescência programada. Essa iniciativa incluiria também o debate acerca da insuficiência de políticas públicas de gestão de e-lixo, a fim de solicitar aos governantes a criação de medidas para recolhimento de itens eletrônicos, como pilhas e celulares. Assim, o Brasil será conhecido como nação limpa, ecológica e, de fato, sustentável.