Desde o período da colonização brasileira, o indígena é tido em um segundo plano na sociedade, tendo seus ritos, costumes e culturas violados por povos "civilizadores". Não longe da ficção, nota-se, ainda, que o reconhecimento dos indígenas na sociedade brasileira não se tornou efetiva, havendo marcas de preconceitos e ações irracionais dos demais para com estes. Sendo assim, verifica-se a necessidade de discutir sobre as causas que permitem o não reconhecimento desses povos, ora influenciada pela lacuna constitucional, ora pelo sentimento de superioridade. Em primeiro plano, é imperioso pontuar a lacuna constitucional como uma causa latente do problema. Nessa senda, instaurada no governo de José Sarney, a Constituição Cidadã de 1988 propõe assegurar e garantir o respeito, a proteção à cultura e aos costumes das populações indígenas. No entanto, é possível perceber a insuficiência de tal cláusula, uma vez em que a atual situação dos índios vai de encontro aos termos propostos, seja pela dificuldade da acessibilidade aos seus direitos civis, seja pelo não reconhecimento na população como um todo. Posto isto, buscar efetivar e possibilitar que estes povos usufruam das prerrogativas constitucionais supracitadas, será o primeiro passo para sanar a "invisibilidade" dada ao tema. Outrossim, é conpíscuo ressaltar o sentimento de superioridade atuante na situação. Nisso, a teoria Eugênica, cunhada no século XIX e usada como base para o nazismo, defende o controle social por meio de aspectos considerados melhores. De acordo com essa perspetiva, haveria seres humanos melhores a depender de suas características. No cenário brasileiro ,tal teoria pode ser vista no não reconhecimento do indígena na sociedade, haja vista que outros grupos étnicos sentem-se superiores e "melhores" ao ponto de inviabilizar ou invalidar as manifestações culturais e sociais destes. Infere-se, portanto, a necessidade de ações capazes de reverter a problemática. Dessa forma, urge que o Governo, junto as instituições de ensino, desenvolva projetos de expressões culturais no ambiente escolar, para os alunos e ao público em geral, por meio da presença de representantes não só da cultura indígena, mas de outras, a fim de conscientizar e ensinar a respeito das diferenças entre cada uma e enfatizar a importância do respeito e empatia para com estas. Assim, será possível, mesmo que não 100%, proporcionar um reconhecimento dos diversos povos indígenas e coibir práticas empaticas, preconceituosas e irracionais por intermédio do conhecimento adequado sobre estes.