No musical "Dear Evan Hansen", dirigido por Michael Greif, Evan é um adolescente de 17 anos que lida com ansiedade e depressão severas, o que acaba afetando a sua comunicação com as pessoas de sua escola e da família. Fora dos palcos, muitas pessoas lidam com a depressão e percebe-se que há, ainda, um preconceito e uma banalização, muitas vezes familiar, em relação a elas.
Em primeira análise, observa-se que há um forte estigma na sociedade em relação às pessoas que têm depressão. O filme "Ammonite", de Francis Lee, mostra a personagem Charlotte, uma jovem que sofreu vários abortos e é diagnosticada com "melancolia", termo errôneo para depressão, doença que, na época, era tida como algo estranho e sem os estudos necessários. De maneira análoga, nos dias atuais, mesmo com vários estudos, depressão ainda é confundida com tristeza e muitas pessoas ainda são condenadas por outras que não têm conhecimento sobre o assunto.
Vale ressaltar, ainda, que muitas pessoas tem o diagnóstico de depressão banalizado por familiares. Na série "One Day at a Time", da Netflix, a personagem Penelope é diagnosticada com depressão e precisa tomar alguns remédios. Entretanto, Lydia, sua mãe, uma senhora conservadora, não aceita que a filha tome os medicamentos e acaba os escondendo, desencadeando surtos mais sérios em Penelope. Fora das telas, muitas pessoas também sofrem com esse descaso familiar, que censura o diagnóstico e faz com que o indivíduo não faça o tratamento da maneira correta.
Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para sanar a problemática. O Ministério da Saúde, em parcerias com veículos midiáticos, deve investir em propagandas na televisão com artistas que já tiveram ou têm depressão e que possam relatar suas vivências, fazendo com que os telespectadores consigam entender um pouco mais sobre a doença e que o estigma sobre ela diminua. Ademais, o Ministério da Educação deve promover palestras em escolas para alunos e seus responsáveis, apresentadas por psiquiatras e psicólogos, que tratem da importância do apoio familiar para que haja um fortalecimento emocional em casos de ansiedade e depressão, fazendo com que a banalização diminua e a recuperação seja mais fácil. Assim, casos como o de Evan Hansen serão mais escassos na sociedade.