O curta-metragem “Save Ralph”, lançado em abril de 2021, faz uma crítica à indústria de cosméticos ao ilustrar o cotidiano de Ralph e outros coelhos que sofrem maus-tratos pelos testes laboratoriais de alto risco. Assim como na obra cinematográfica citada, observa-se que, na conjuntura brasileira contemporânea, a crueldade animal se faz persistente, já que múltiplas espécies são levadas de seu habitat natural para laboratórios de diferentes tipos de pesquisa científica. Dessa forma, seja por limitações de métodos alternativos, seja por um ideal capitalista, há um empecilho para o combate do uso de animais em testagens laboratoriais. Em primeiro lugar, deve-se destacar a criação de alternativas para eliminar o sofrimento animal. Dito isso, de acordo com o site da Agência Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz- vários pesquisadores ao longo dos anos elaboraram meios para substituir o uso de bichos em laboratórios. Porém, por informações do mesmo site da Fiocruz existem limites para o uso dessas técnicas alternativas, já que nem todas são eficazes para combater de vez o uso de animais nos experimentos, pois funcionam apenas em algumas etapas e não no procedimento como um todo. Sendo assim, é necessário a continuação de pesquisas para finalmente extinguir tais métodos arcaicos que prejudicam a fauna do país. Outrossim, ao avaliar em um âmbito econômico, nota-se a perpetuação do problema. Dessa forma, de acordo com o sociólogo Karl Marx, em um mundo capitalizado, a busca pelo lucro ultrapassa valores éticos e morais. Sob esse viés, alguns empresas, principalmente as de cosméticos, deixam os valores de lado ao priorizar a maximização de seu ganho financeiro sem se importar com os seres vivos que são explorados para a obtenção dos produtos. Tal fato faz com que outros coelhos fiquem como o Ralph, da animação citada acima, com vários danos físicos que comprometem à saúde. Portanto, pode-se inferir que à problemática carece de soluções. Sendo assim, é inevitável que o Estado, na forma de Poder Legislativo e Judiciário, garanta o cumprimento da lei por meio do aumento da fiscalização nas empresas a fim de verificar se seguem corretamente a norma que busca amenizar os sofrimentos dos animais ou não. Ademais, a mídia, como maior veículo de informações, deve criar campanhas por meio das redes sociais como o Twitter, com a finalidade de proporcionar um amplo debate acerca do tema e assim levar o indivíduo a lutar pelos direitos dos animais.