Tema: Estigmas da adoção no Brasil
Na série "Anne With An E" é retratada a história de uma menina órfã que tinha dificuldades de ser adotada por conta do seu perfil, mais especificamente por ser mulher, o que, normalmente, é associado à um ser, predominantemente, frágil. Fora das telas, é possível perceber que o preconceito, retratado na obra, é uma realidade na situação hodierna brasileira, de forma que tem como impulsionador a intolerância racial vinda do passado e a discriminação dos candidatos em relação a adoção tardia. Desse modo, são necessárias medidas capazes de mitigar os estigmas associados a adoção no país.
De início, é essencial notar que o preconceito relacionado a cor dos indivíduos, é um potencializador da problemática acerca do difícil acolhimento a criança negras como filho(a). Outrossim, com a vinda do arianismo no período da Primeira Guerra Mundial, o Partido Nazista adotou um regime que tinha como conceito principal a equivocada visão de que pessoas de pele clara são superiores ao restante da população. Dessa maneira, pessoas de toda parte do mundo foram influenciadas à pensar da mesma forma o que teve como resultado, o grande preconceito enraizado na cultura atual brasileira, ocasionando na dificuldade de figuras adotivas, aceitarem receber crianças negras em seus lares para ser tratadas como membro da família.
Ademais, é importante salientar o fato de os cidadãos que desejam adotar, dão preferência aos bebês de até 12 meses ou crianças abaixo de 5 anos de idade, por consequência, pode afetar a saúde mental dos demais órfãos que não se encaixam no perfil. Conforme a pesquisa disponibilizada pelo Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes (CNCA) 1 a cada 8 juvenis são adotados, ao mesmo tempo que o índice de pretendes para a adoção que não se importam com o estereótipo, são bem baixos em comparação aos candidatos de cunho preconceituoso em relação a idade das crianças. Destarte, os jovens e adolescentes tendem a se sentir rejeitados com esse índice discrepante, podendo resultar na depressão, ansiedade e entre outros problemas psicológicos.
Portanto, para que seja possível tornar uma população menos intolerante e consciente da importância de adotar, independente da raça, cor ou idade, cabe ao Ministério da Cidadania elaborar campanhas de conscientização, por intermédio dos meios de comunicação como um todo, tais como a rádio, televisão e redes sociais. Ademais, cabe ao Estado promover politicas públicas de incentivo a adoção de todo o tipo de perfil, com o fito de quebrar os paradigmas vivenciados pela protagonista da série.