Em 1929, os EUA viveram uma das mais graves crises da história: A grande depressão, que obrigou os norte-americanos a desenvolverem consciência no manejo do dinheiro. No entanto, os brasileiros estão distantes desse hábito consciente, haja vista que há, ainda, desafios na educação financeira no Brasil. Ora, isso ocorre devido, entre outros fatores, à inércia governamental e à indústria cultural.
Essa problemática se deve, a princípio, à omissão do Governo, já que a defasagem do sistema educacional econômico potencializa, a longo prazo, indivíduos endividados. Isso porque um indivíduo que consegue gerir o seu orçamento, tem a tendência de usufruir de uma qualidade de vida melhor, mas aquele que não possui a capacidade de gerenciar o próprio salário vive, diariamente, com recursos escassos. Nesse viés, conforme a perspectiva do educador Paulo Freire, "a educação sozinha não transforma a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda". Desse modo, o ensino financeiro deveria ser um fator primordial para construção de uma sociedade que planeja suas finanças, porém a educação das escolas brasileiras não estimula o indivíduo a ter autonomia e, consequentemente, obter o sucesso financeiro, mas a viverem dependentes de meios insuficientes. Logo, o planejamento financeiro não se torna prioridade em uma nação oprimida.
Outrossim, é imperativo pontuar que o capitalismo impacta a coletividade no excesso de inadimplentes. Nesse prisma, os filósofos Adorno e Horkheimer definiram a Indústria Cultural, mediante o regime capitalista, como uma felicidade ilusória que desperta uma compulsividade de consumo supérfluo. Dessa forma, o consumismo exacerbado estimula os indivíduos a trabalharem mais para acumular mais riquezas, tudo isso com uma única finalidade: comprar mais para "viver" mais feliz, fruto da ilusão de que o sinônimo de felicidade é comprar tudo aquilo que imposto por essa indústria. Nesse sentido, o descontrole no ato de comprar sem necessidade reflete a ausência do ensino financeiro, assim, compram mais do que os seus salários podem pagar e acumulam dívidas. Decerto, enquanto a falta de inteligência econômica for regra, a coletividade permanecerá imersa em dívidas.
Infere-se, portanto, a necessidade de medidas para que a sociedade tenha como ideal o progresso financeiro. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação, principal órgão responsável pela educação no país, promover eventos pedagógicos, como aulas e ações comunitárias, acerca do tema "O manejo correto do seu dinheiro: caminho para independência financeira", com o objetivo de motivar os brasileiros aprenderem a administrar recursos econômicos e erradicar o protelamento de dívidas. Diante disso, será tangível, pelo saber, dissipar os problemas vividos pela população global na grande depressão, a fim de que permaneça apenas na história.