DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO CINEMA NO BRASIL
O filósofo Friedrich Nietzsche dizia que a arte existe para que se possa escapar da dura realidade enfrentada diariamente. Essa compreensão vai ao encontro de inúmeros assuntos, dentre eles, a democratização do acesso ao cinema no Brasil, já que esse tipo de entretenimento não está disponível para a população como um todo. Em vista disso, é relevante discutir sobre a importância das obras cinematográficas, assim como a centralização dos cinemas na abordagem da temática.
Em face dessa compreensão inicial, o papel que os filmes possuem na sociedade vai além do intuito de divertimento. Acerca disso, o filósofo Schopenhauer afirma que os limites de visão de um indivíduo determinam seu entendimento de mundo, ou seja, os filmes propiciam às pessoas uma visão diferente daquela que elas estão acostumadas a possuir e isso contribui para uma maior reflexão sobre diversas situações do cotidiano. A título de exemplo, filmes com o tema LGBTQIA+, como “A garota dinamarquesa”, ao qual relata a condição de uma mulher transsexual enfrentando a sua identidade de gênero, mostram para o público o ponto de vista de um grupo que luta para obter o direito de ser quem ele é sem sofrer discriminação. Logo, ignorar a influência do cinema nos valores sociais é negligenciar uma perspectiva a ser questionada.
Entretanto, apesar de ser extremamente importante, a distribuição dos cinemas no território brasileiro apresenta-se de forma desigual e concentrada. A esse respeito, o filósofo inglês John Locke determina que o Estado deve assegurar os direitos individuais invioláveis, porém, no Brasil, o acesso à cultura não é disponibilizado de maneira igualitária. Por conseguinte, observa-se a concentração de cinemas em cidades mais desenvolvidas e com renda mais alta em detrimento das mais periféricas, contribuindo para que a equidade fique mais distante da realidade brasileira. Assim, vê-se a necessidade de melhoria no cenário atual.
Destarte, medidas devem ser tomadas para que a acessibilidade à sétima arte seja mais satisfatória. Posto isso, o Ministério da Cidadania, por meio de parcerias entre Estado e instituição de iniciativa privada, deve investir em construções de salas de cinema comunitário em regiões menos favorecidas, com o objetivo de promover o acesso à cultura cinematográfica de forma gratuita. Essa ação deve conter filmes de diversos gêneros, para que as pessoas possam ter acesso a todos os tipos de entretenimento proporcionados pelas obras. Com isso, será possível observar mudanças significativas na construção de um país que promova a equidade.