Na obra "Utopia", do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea, é o oposto do que o autor prega, uma vez que o patrimônio nacional não é devidamente preservado e valorizado no teritório brasileiro. Nesse sentido, percebe-se a consolidação de um grave problema, o qual é resultado do reflexo histórico e corroborada pelo silenciamento midiático.
Em primeiro plano, cabe mencionar que a ausência de uma valorização do patrimônio nacional é fruto do reflexo histórico, uma vez que as produções e projetos de valor histórico nunca foram devidamente estimulados na sociedade brasileira. Acerca disso, o sociólogo Pierre Bourdieu analisa que a sociedade possui padrões que são impostos, naturalizados e, posteriormente, reproduzidos. Desse modo, é notório afirmar que a preservação do patrimônio nacional é inviabilizado, pois não há um estímulo para a sua valorização, o que contribui, portanto, para a permanência desse impasse.
Outrossim, a falta de debate é um desafio operante no problema. Sob tal ótica, a pensadora Djamila Ribeiro, disserta que é preciso tirar uma situação da invisibilidade para que soluções sejam promovidas. Contudo, há um silenciamento instaurado na questão da preservação e valorização do patrimônio nacional, visto que as discussões em espaços escolares e nas mídias de massa acerca dessa questão são mínimas, o que gera, como consequência, a desinformação de boa parte dos brasileiros. Dessa maneira, é necessário atuar sobre o problema, através da exibição de dados e a criação de campanhas educacionais, voltados a debater sobre o assunto desde os anos iniciais.
Depreende-se portanto, a necessidade de preservação do patrimônio nacional para a história brasileira. Para isso, o Ministério da Educação- ramo do Estado responsável pela formação civil- inserir nas escolas, desde a tenra idade, por meio de campanhas e projetos escolares, atividades que promovam a reflexão crítica da importância do patrimônio nacional para a riqueza histórica de um país. Espera-se, com isso, a superação dessa crise, e que a idealização de uma sociedade perfeita almejada por More, não se limite apenas no universo literário.