Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que os maus-tratos aos animais apresenta barreiras as quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto tanto da legislação falha, da falta de bioética por parte da sociedade. Diante disso, torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.
Precipuamente, é fulcral pontuar que os maus-tratos aos animais deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne a criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Ademais, pode-se observar a falha na legislação brasileira a respeito da proteção animal, por esse motivo, há uma sensação de impunidade que não impede os criminosos de cometerem esses delitos. Uma ilustração desse fato é que, ainda em 2021, há centenas de canis e zoológicos clandestinos em atividade no país, os quais oferecem condições insalubres de vida e higiene para os animais. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Ademais, é imperativo ressaltar a bioética social como promotor do problema, cujo caráter antropocêntrico dá ao homem uma falsa supremacia para legitimar essas atitudes. Nesse sentido, há casos que os animais são usados para fins de diversão, como galos em rinhas, briga de cães, vaquejadas e circos , e o público desses espetáculos se mostram incompreensíveis quanto a esse tipo de exploração, pois não imaginam ou não se importam que no processo de adestração, os animais são submetidos a castigos. Tudo isso, retarda a resolução do empecilho, já que a falta de bioética na sociedade contribui para a perpetuação desse quadro deletério.
Assim, medidas exequíveis serão necessárias para conter o avanço da problemática na sociedade brasileira. Dessarte, com o intuito de mitigar os maus-tratos aos animais, necessita-se, urgentemente que o Tribunal de Contas da União direcione capital, que por intermédio do Ministério do Meio Ambiente, que acionando o poder legislativo, estabeleça leis mais rígidas , aumentando as penas em comparação com as já existentes. Outrossim, os órgãos competentes, como o IBAMA aumentar as fiscalizações em todo o país, a fim de diminuir os maus-tratos e até mesmo o contrabando de seres inofensivos. Desse modo, atenuar-se-à, em médio e longo prazo, o impacto nocivo dos maus-tratos aos animais, e a coletividade alcançará a Utopia de More.