Na contemporaneidade, os debates acerca da promoção da integração dos moradores de rua da sociedade aumentaram de forma gradativa. Nesse viés, o crescimento dá -se, principalmente, devido à naturalização da problemática que, coloca o indivíduo como invisível diante à sua vulnerabilidade social. Dessa forma, consequentemente, o bem-estar e o direito à moradia, promulgado na Constituição Federal de 1988, é afetado. Logo, torna-se evidente a necessidade de adotar medidas para solucionar os problemas provocados nos seres, em virtude da desumanização dos sujeitos, assim, melhorar a qualidade de vida da população.
Nesse sentido, é necessário avaliar como a invisibilidade social contribui para fomentar condutas perigosas no meio atual, haja vista que agrava a situação da desigualdade social. Em consonância com a filósofa francesa Simone de Beavoir, mais estranha que a existência de uma problemática é o fato da sociedade se habituar a ela. Logo, o pensamento faz referência com a realidade brasileira, já que os moradores de ruas são desumanizados diante da redução destes com a situação em que vivem, fazendo com que resulte em um grupo social sem as mínimas condições de dignidade . Com isso, a lamentável falha comunitária implica na maior indiferença populacional, além de dificultar,cada vez mais, em uma sociedade igualitária e integrada.
Em seguida, é relevante examinar como a qualidade de vida dos indivíduos pode estar sendo infringida, já que a dificuldade com a obtenção de alguns recursos individuais, como o lar, promove o distanciamento de uma existência descente. Assim, o direito à moradia e a afirmação do filósofo inglês Thomas Hobbes, que fala sobre o Estado ser responsável pelo bem da população, é impossibilitada. Dessa forma, é evidenciado que, infelizmente, a continuidade de uma sociedade que, não aceita e não inclui indivíduos com situações financeiras distintas no espaço urbano, resulta em problemas comunitários e faz com que as pessoas tornem-se excluídas e fantasmas na sociedade, devido à sua carência social.
Portanto, em virtude da desumanização e invisibilidade dos moradores de rua, é indiscutível a representação de uma ameaça concreta aos indivíduos que diretamente e indiretamente figuram como vítimas desse legado. Nesse sentido, o Poder Executivo, na figura do Ministério da Cidadania, por meio de políticas públicas e de palestras deve ampliar os investimentos em campanhas de integração entre os seres e da importância da vida ativa de todos, além de contar com assistentes sociais. Espera-se, com isso, identificar e atenuar os agentes causadores dessa problemática, assim, beneficar a população.