O filme “Segunda Chance” narra a história da ginasta Maddie Cornell, a qual é julgada por não ser qualificada, fazendo com que ela não tenha a confiança necessária para chegar no seu objetivo. Em consonância com a realidade da personagem, está a de muitos esportistas brasileiros, já que a problematização de preconceitos em estádios de futebol é ainda muito presente no cenário atual. Nesse âmbito, seja pelo silenciamento midiático, seja pelo julgamento desnecessário, uma das consequências é um desestímulo nos jogadores. Dessa forma, é de extrema importância analisar as causas, as consequências e desenvolver estratégias concretas para reverter essa problemática.
É necessário pontuar, de início, que o silêncio midiático, associado a visibilidade de problemas de discriminação entre os próprios torcedores ou contra os jogadores nos estádios de futebol, tem proporcionado um terreno fértil para que mais crimes como esse ocorra, como pode ser visto no filme “Spotlight: o silêncio da mídia”. De acordo com o filósofo Foucault, na sociedade pós-moderna muitos temas seriam silenciados, com finalidade de manter camadas de poderes. Dessa maneira, na atualidade, pode-se perceber a omissão da mídia em torno desse impasse, com a intenção de apresentar uma idealização da sociedade para o mundo e para não prejudicar o público. Entretanto, vale ressaltar que a mídia também é fundamental para o desenvolvimento humano, mas tem se intimidado em expor a realidade do entretenimento no Brasil. Dessa forma, essa discussão faz-se necessária ser solucionada, para que ações discriminatórias não aconteçam mais.
É relevante abordar, ainda, sobre a constante crítica a respeito dos atletas que se esforçam ao máximo. Paralelamente, nota-se que até mesmo na animação “Dumbo” ocorre isso, em que o pequeno elefante sofre preconceito por ter a orelha muito grande, e é julgado por todos à sua volta, sem pensar em seus sentimentos. Isso se deve ao fato de que os indivíduos têm a tendência a serem egoístas e apenas pensarem em si próprio, sem se darem conta dos sentimentos dos outros e fazendo com que realizem julgamentos inoportunos e não construtivos. Consequentemente, os jogadores de futebol, principalmente aqueles que estão em seu início de carreira, ou fazem parte de uma minoridade, ou não possuem confiança em si mesmos, se deixam ser levados por esses comentários, causando um enorme desestímulo para continuar em sua ocupação. Nesse parâmetro, observa-se no longa-metragem “Coach Carter” este empecilho, em que os estudantes pensam em desistir da escola, por tirarem notas abaixo da média e não possuírem um estímulo de seus pais e colegas para o estudo. Dessa maneira, nota-se que nos campos, os jogadores são afetados pelo público que pressionam com críticas preconceituosas.
Infere-se, portanto, que medidas precisam ser tomadas para resolver esse obstáculo. Para isso, é dever do Estado desenvolver campanhas informativas e educativas em escolas e em redes sociais, por meio do suporte de verbas governamentais, visando conscientizar sobre a discriminação, ressaltando a contribuição cultural e social que o futebol tem para a formação da sociedade brasileira. Tal campanha deverá, também, valorizar a participação das mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+ e outras minorias nos esportes. Com isso, espera-se combater a problematização de preconceitos em estádios de futebol e que a situação de Maddie não seja mais vivenciada por vários outros atletas.