A experimentação animal é um dos assuntos mais questionados no campo científico, que abragem tanto leigos quanto pesquisadores, ao qual intensas discussões ocorrem a respeito da indispensabilidade dos animais no avanço da ciência. Com isso, há uma onda crescente de defensores da extinção desta prática, ao qual resultou na proibição da utilização de animais em testes comésticos, resultando em melhor vizibilidade de marcas que utilizam métodos alternativos de testes no desenvolvimento de seus produtos. Entretanto, na pesquisa científica não é fácil, envolve uma série de fatores que tem implicação direta na manutenção da vida dos seres humanos.
De fato, a experimentação animal causa certa estranheza, principalmente em um público leigo. No que diz respeito a testes de produtos de beleza, tal prática é totalmente dispensável, visto que o benefício proposto não justifica o meio de se alcançá-lo, até porque atualmente há várias alternativas que dispensam testes em seres vivos. Com o avanço tecnológico, foram desenvolvidas técnicas de testagem in vitro, que se baseiam na utilização de culturas celulares, podendo por exemplo reproduzir um fragmento pele humana.
No entanto, apesar do anvanço científico e tecnológico, na ciência a utilização de modelos animais se faz necessária. Em um contexto de uma pandemia, causada por um patógeno desconhecido, a testagem rápida de novos fármacos e também de vacinas, só é possível a partir de modelos de estudos in vivo. Isso porque, considerando a complexidade de uma doença, que provoca alterações em todos os sistemas de um indivíduo, não seria possível reproduzir em uma placa de petri com uma única cultura celular alterações simultâneas e sobrepostas do sistema respiratório, cardiovascular, do sistema imune e de coagulação, por exemplo. Por isso, o uso de cobaias se faz indispensável por ser o único modelo em que é possivel reproduzir uma doença humana com patologia semelhante. No entanto, os cientistas trabalham sobre uma condição de redução da quantidade de animais em seus experimentos, conhecida como "O príncipio dos três R's", que consiste na redução, refinamento e substituição (do inglês: replacement). Dessa forma, as comissões de ética fazem uma verificação detalhada a respeito dos projetos experimentais, afim de garantir que todos os parâmentros éticos sejam rigorosamente seguidos.
Dado o exposto, a experimentação animal ainda é uma questão polêmica, o que expõe a necessidade em levar mais informação a seu respeito, promovendo o conhecimento da população sobre a real necessidade da utilização de seres vivos na ciência, seu impacto benéfico na sociedade. Ademais, para que a redução na utilização de cobaias em estudos experimentais, são necessários modelos in vitro cada vez mais precisos, e para isso é indispensável o investimento nesta área. Dessa forma, não há avanços científicos sem a experimentação animal.