O advento da Revolução Técnico-Científica proporcionou a implementação da tecnologia avançada e da robótica no mercado de trabalho, de forma a otimizar o processo produtivo. Entretanto, esse contexto gerou inúmeros impactos na sociedade, visto que o imediatismo gerado promoveu mudanças em todas as esferas do ambiente laboral. Diante disso, é imperioso que se analisem a lógica capitalista das empresas e a defasagem das escolas, como intensificadoras dessa conjuntura. Em primeira análise, é válido salientar que o capitalismo, intrínseco às empresas, intensifica os impactos sociais no meio trabalhista. De acordo com o sociólogo Bauman, o mundo está inserido em um contexto de liquidez social, no qual o lucro é mais importante do que as relações interpessoais. À luz do exposto, na incessante busca por capital, as diversas corporativas implementam, cada vez mais, a tecnologia no processo de produção, de modo a otimizá-lo. Por conseguinte, é necessária uma adaptação do trabalhador, em relação ao uso de máquinas e programas digitais, por exemplo, na esfera laboral, com o intuito de não se tornar obsoleto na firma onde exerce seu ofício. Dessa forma, a constante procura por progresso, por parte dos empreendedores, fomenta essa conjectura. Ademais, é importante ressaltar que o atraso da metodologia escolar brasileira contribui com as problemáticas vivenciadas pelo corpo social, em relação à revolução digital no mercado trabalhista. Segundo o educador Paulo Freire, o método de ensino nacional é demasiadamente tradicional e conteudista, de modo a priorizar o conteúdo, em detrimento da plena formação pessoal e educacional do aluno. Visto isso, as escolas brasileiras, na sua grande maioria, não exploram o meio digital e seus recursos nas salas de aula, o que promove um espaço escolar demasiadamente obsoleto. Em consequência disso, os estudantes se formam sem saber utilizar diversas ferramentas tecnológicas, as quais são imprescindíveis no ambiente laboral contemporâneo. Logo, a ineficiência educacional colabora com os impactos negativos da tecnologia nos ofícios. Destarte, é notório que o capitalismo empresarial e o atraso pedagógico promovem impactos sociais relacionados à tecnologia no ambiente trabalhista. Assim, é necessário que as empresas, na qualidade de geradoras de capital, forneçam, por meio da adaptação prévia, o suporte aos trabalhadores, em relação ao uso de ferramentas digitais no trabalho, a fim de ajudar no processo de adequação. Além disso, urge que as escolas, como formadoras de cidadãos, promovam, por intermédio de cursos, a profissionalização dos alunos, no que tange ao uso dos recursos tecnológicos, com o intuito de formar indivíduos adequados ao novo mercado laboral. Dessa maneira, a Revolução Técnico-científica será plenamente aproveitada pelos empregadores e pelo proletariado.