De acordo com a historiografia brasileira, em 1888 foi assinada a lei Áurea, abolindo a escravidão no Brasil. No entanto, na contemporaneidade, parcelas mais carentes da sociedade ainda se encontram em situações análogas à escravidão, muitas vezes por falta de conhecimento sobre os seus direitos como cidadãos. Desse modo, verifica-se que a gravidade do problema não se limita apenas ao trabalho escravo, mas também à falta de conhecimento por parte da população. Dessa forma, constata-se que a problemática carece de um olhar mais crítico de enfrentamento, objetivando finalmente o fim da escravidão.
Em primeira análise, é importante identificar e salientar a principal causa da escravidão na atualidade. Por consequência de acontecimentos históricos leis foram desenvolvidas para que episódios semelhantes não se repetissem mais, como: Lei Maria da Penha, Direitos Humanos e outros. Entretanto, a falta de conhecimento sobre esses eventos dificultam a abolição dos erros já cometidos no passado, ideia essa já refletida pelo escritor Stephen King, quando discute que "Aqueles que não aprendem com o passado estão condenados a repeti-lo". À vista disso, identifica-se que em consonância com o raciocínio do educador brasileiro Paulo Freire - "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda" - constata-se que o maior agravante dessa problemática é a educação.
Sob outro prisma, notabiliza-se que, mesmo que o cidadão possua direitos garantidos por lei, o cumprimento por parte do Poder Executivo muitas vezes se encontra ausente em suas funções. Em concordância com a teoria desenvolvida pelo escritor Gilberto dimenstein, identifica-se no Brasil a existência de cidadãos que dispõem de direitos, mas que não usufruem deles, comprovando assim a veracidade dessa teoria - "Cidadania de Papel". Destarte, verifica-se uma negligência por parte do Governo, tanto na segurança - para a investigação e resgate desses indivíduos, quanto na educação e execução dessas diretrizes.
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Sendo assim, é essencial que ocorra uma reflexão por parte da sociedade, objetivando o estudo e por fim o pleno conhecimento sobre seus direitos e deveres como cidadãos. É fundamental que ocorram também, melhorias no sistema educacional, garantindo que todos tenham um entendimento adequado sobre a história do Brasil e do mundo; de maneira lúdica para cada faixa etária, é necessário que haja uma disseminação nas escolas acerca dos direitos e deveres contidos na Constituição Federal. Essas intervenções podem ser feitas pelo Governo Federal e Ministério da Educação, dessa forma, espera-se que através da educação e conscientização da população, já que, por ora a legislação e a segurança pública não se mostram completamente eficazes contra a escravidão, o trabalho escravo no Brasil contemporâneo faça-se extinto de uma vez por todas.